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As fraudes envolvendo a adição de produtos nocivos no leite e no vinho, descobertas nos últimos meses no Estado, são apenas uma pequena parte do risco enfrentado todos os dias pelos gaúchos ao se alimentar.
Resquícios de antibiótico, como os encontrados em lotes de vinho, são ainda uma ameaça para mais de uma dezena de tipos de alimentos que não passam por testes regulares no Rio Grande do Sul. Toxinas produzidas por fungos, as chamadas micotoxinas, são outra fonte de perigo pouco conhecida e fiscalizada - embora capaz de provocar até câncer.
Segundo o relato de pesquisadores, a lista de possíveis ameaças é longa - e a capacidade de fiscalização, conforme a superintendência do Ministério da Agricultura (Mapa), limitada.
- Temos o Programa Nacional de Monitoramento de Resíduos e Contaminantes, pelo qual se faz exames por amostragens. Mas, para que se passe a ter um controle efetivo, vai custar. Temos de evoluir muito no controle da cadeia produtiva - admite o chefe do serviço de inspeção de produtos de origem vegetal da superintendência do Mapa, José Fernando Werlang.
A lista de principais fatores de risco à alimentação inclui ainda as micotoxinas - substâncias nocivas produzidas por fungos e ainda pouco conhecidas e divulgadas -, traços de agrotóxicos, dioxinas (composto capaz de provocar câncer) e micro-organismos como a tradicional salmonela, que responde pela maior fração de intoxicações alimentares no Rio Grande do Sul nas últimas décadas.
A recomendação de especialistas como o professor de Microbiologia Clínica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Alexandre Fuentefria é dar preferência a produtos de marcas reconhecidas pela qualidade e sem histórico de problemas de contaminação.
- A marca é o maior patrimônio de uma empresa que preza pela qualidade - afirma Fuentefria.