Munidos de insulina, glicosímetros (aparelhos de medição da glicose) e muita motivação, o grupo de amigos composto por Rodrigo Ferreira, Viviane Alano, Leticia Socoloski e Tomás Boeira enfrentará um desafio: uma expedição de quase 25 dias até o acampamento base do Monte Everest, no Himalaia.
Liderados pelo espanhol Josu Feijoo, primeiro diabético a atingir o ponto mais alto da Terra, a aventura começa ainda em outubro e acaba na primeira semana de novembro. A oportunidade de participar da expedição veio pelo contato de Feijoo com o educador físico do Instituto da Criança com Diabetes (ICD) Winston Boff. Segundo o preparador, ele pediu que fossem indicados atletas com diabetes tipo 1 e acostumados a um nível mais intenso de atividade física - o que era o caso do quarteto. Acostumados a disputar maratonas, eles se conheceram no grupo de corrida do ICD.
Posteriormente, iniciou-se um processo de seleção. Levando em conta fatores como experiência com o exercício físico, idade e disponibilidade de tempo, Boff concluiu que o grupo seria o mais adequado para subir o Everest. Eles passaram, assim, por uma sequência de exames e treinamentos de alta intensidade, que incluíram subir e descer várias vezes a Avenida Coronel Lucas de Oliveira.
Embora estejam acostumados com a prática de esportes, eles não deixam de pensar que será um desafio. Devido à altitude de 5.350 metros e temperaturas que beiram 0°C, eles sabem que a condição metabólica será diferente. Como subirão, em média, 600 metros de altitude por dia, o ar vai ficando cada vez mais rarefeito, mudando as respostas do organismo.
Mas nada abala o grupo. Com um sorriso no rosto, eles afirmam, entusiasmados, que a maior satisfação é servir como exemplo para outros pacientes.
- Não estamos indo somente por nós, mas por todos os outros diabéticos. Queremos mudar aquele pensamento que existe de que, porque a pessoa foi diagnosticada com a doença, ela terá de ficar trancada em casa - completa Ferreira.
Caminhantes terão saúde monitorada à distância
Além da particularidade de serem o primeiro grupo de gaúchos diabéticos a subir a montanha, eles também testarão um aparelho pioneiro no Brasil: a Telemedicina. Com um sistema de monitoramento 24h, o produto torna possível, em qualquer lugar do mundo, o acompanhamento dos pacientes com doenças crônicas, como a diabetes.
Como é o aparelho
- Rodrigo, Viviane, Letícia e Tomás levarão, cada um, kit constituído por tablet e glicosímetro.
- O aparelho estará conectado a uma rede sem fio, gerada por um terminal via satélite, que enviará os resultados das biomedidas do grupo para equipe no Brasil.
- Os profissionais acompanharão remotamente o grupo e, caso recebam algum alerta que as biomedidas foram diferentes dos protocolos definidos pelos médicos, os profissionais passarão a orientação adequada via telefone.
- O diabetes tipo 1 afeta principalmente crianças e jovens. O tratamento é feito com o uso de insulina desde o diagnóstico. O tipo 2 é a forma mais frequente e afeta pessoas acima de 45 anos.
Superação
Grupo de diabéticos irá fazer trekking até acampamento base do Everest
Eles serão monitorados por um aparelho que torna possível o acompanhamento de pacientes com doenças crônicas
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