*Lenice Zarth Carvalho é nutricionista e torce o nariz para alimentos industrializados, gordurosos e cheios de conservantes
A alimentação pode prevenir ou provocar doenças. Não quero falar de doença, mas precisamos entender como preveni-las.
Doenças crônicas não transmissíveis são causadas por hábitos inadequados. Obesidade, hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes, entre outras, são decorrências do que se come e de como se vive. É muito mais importante o ambiente em que se vive do que a própria genética. Alguns genes se manifestam dependendo do modo como vivemos. Estas doenças, juntas, matam mais que qualquer outra.
Atualmente observamos que as crianças apresentam patologias que até alguns anos atrás eram "privilégio" dos adultos. Hipertensão, obesidade, cardiopatias... eram relacionadas à velhice e hoje são cada vez mais precoces.
O alto consumo de alimentos refinados e gordurosos, além de pouco nutritivos, está na base de tudo. Cada vez que ingerimos alimentos que contêm açúcares ou farináceos, biscoitos, pães brancos e massas, elevamos a taxa de açúcar que circula no sangue e isso provoca alterações de hormônios que provocam a produção de substâncias que inflamam nosso organismo, alteram a circulação sanguínea e disparam várias reações comprometedoras, desde o tecido adiposo até o fígado, entre outros.
Sei que nos dias de hoje não podemos voltar a viver como antigamente, quando tínhamos horta em casa e tempo para preparar a comida em todas as refeições, mas também observo que muitas pessoas bem ocupadas, com um pouco de boa vontade, conseguem adequar muito bem seus hábitos.
Incluir fruta no café da manhã ajuda a controlar a glicemia, optar por pães integrais, evitar sucos de frutas excesso, durante o dia (principalmente com açúcar), acrescentar um legume ou salada no almoço, etc., são alguns exemplos de condutas fáceis de pôr em prática. Evitar o consumo exagerado de carnes e gorduras ruins, frituras, produtos industrializados irá contribuir para evitar a oxidação ou o processo de envelhecimento celular.
Sem radicalizar, mas apenas melhorando a qualidade das refeições, podemos evitar o sobrepeso, o desenvolvimento de doenças (sim, elas se desenvolvem lentamente dentro do organismo!), os riscos cardiovasculares, entre tantos outros desequilíbrios do organismo, além da economia em medicamentos no futuro. Quanto maior a variedade de alimentos saudáveis, maior a chance de sucesso na saúde.
Acho maravilhoso pensar que pequenas atitudes podem refletir em tantos benefícios. E que a qualidade de vida dos próximos anos está relacionada com nosso almoço de hoje, com o café da manhã de amanhã e assim consecutivamente. Bons hábitos estão relacionados com melhorias na saúde. Inclusive a saúde do seu filho! Não permita que ele sofra consequências tão severas por falta de cuidado.
Coluna Minha Vida
Lenice Zarth Carvalho: Pequenas atitudes, grandes benefícios
A qualidade de vida dos próximos anos depende do almoço de hoje
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