O shiatsu pode ser uma terapia complementar eficaz para aliviar as dores de pacientes com fibromialgia, uma doença caracterizada por dores crônicas em diversas partes do corpo, de acordo com uma pesquisa da Faculdade de Medicina da USP. Além do alívio das dores, houve melhora da qualidade do sono, da sensação de equilíbrio e da qualidade de vida das pessoas avaliadas.
Nesta prática terapêutica, com o toque das mãos em determinadas regiões da pele, detectam-se pontos de dor com excesso de energia, causado pelo bloqueio do fluxo de energia vital.
- Observou-se melhora estatisticamente significante, considerada também clinicamente importante, na maioria dos pacientes em quase todas as variáveis estudadas, exceto a ansiedade - diz a fisioterapeuta Susan Yuan, que realizou o estudo.
Na pesquisa, dois grupos foram acompanhados: um deles recebeu sessões de shiatsu e o outro recebeu somente uma cartilha com orientações educativas sobre a fibromialgia. Além de informações sobre a doença, a cartilha continha dicas de mudanças para um estilo de vida mais saudável e um programa de exercícios e alongamento e fortalecimento.
Depois de oito semanas de tratamento com shiatsu, 29% dos participantes do grupo que recebeu a técnica dizia que a fibromiologia tinha um forte impacto em seu cotidiano. No início do estudo, antes da aplicação do shiatsu, essa taxa era de 70%. No grupo que não recebeu shiatsu no seu tratamento essa variação é muito menor, sendo 64% no início e 59% após as oito semanas. Na avaliação da qualidade de sono, os dados são também promissores: 94%, dizia ter distúrbios do sono, mas após oito semanas de shiatsu, essa taxa caiu para 59%.
Terapia alternativa
O shiatsu é um prática baseada na medicina tradicional chinesa. Nos pontos com excesso de energia, também identificados e utilizados na acupuntura, é aplicada pressão com a polpa dos dedos ou a palma das mãos visando remover os bloqueios e reequilibrar o corpo energeticamente.
A fibromialgia é uma síndrome reumática generalizada, ou seja, pode acometer diversos pontos do organismo. Os desconfortos causados têm grande impacto na qualidade de vida, pois atrapalham o sono, além de levar a quadros de ansiedade, fadiga e depressão. A doença atinge de 2 a 5% da população mundial e suas causas não são completamente esclarecidas.
A pesquisadora estimula outras pesquisas na avaliação do shiatsu como técnica complementar. Segundo ela, seu estudo contém algumas limitações, como não ter acompanhado os pacientes num período de médio a longo prazo.
- Embora os resultados deste estudo sejam muito promissores, suas limitações impedem que se façam inferências para a população no geral - diz a fisioterapeuta.