No Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde o início da manhã desta segunda-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passa por uma bateria de exames para definir as próximas etapas do tratamento contra o câncer de laringe, diagnosticado em outubro. Além de laringoscopia e tomografia, a equipe médica pretende realizar um PET Scan, procedimento que serve para detecção precoce de tumores ou novos focos.
De acordo com o médico Gabriel Grossman, chefe da Medicina Nuclear do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, esse exame é de alta complexidade e é utilizado também em tratamentos de neurologia e cardiologia, mas em menor escala. Com o uso de um marcador (flúor 18), o PET Scan permite detectar com precisão novos focos de tumores, bem como verificar a regressão do câncer após sessões de quimioterapia. Junto ao flúor 18, é administrado no paciente uma substância chamada FDG, que age no corpo como se fosse glicose.
- O metabolismo das células cancerosas fica acelerado, por isso, elas buscam glicose com avidez. O marcador permite detectar pontos supercaptantes de glicose no organismo, que são potenciais para o surgimento de novos tumores - explica Grossman.
Conforme o médico, o PET Scan tem sido utilizado junto com a tomografia computadorizada. O flúor emite uma radiação, captada pelo equipamento de PET Scan, que mostra os pontos captantes, mas sem identificar o foco anatomicamente no corpo. Somado à tomografia computadorizada, o PET Scan permite localizar o tumor - ou possível tumor - no órgão específico em que ele se encontra.
- Esse exame é usado tanto para confirmar o diagnóstico de certos tipos de tumores, como para verificar a resposta do paciente à quimioterapia e, diante dos resultados, planejar a sequência do tratamento - esclarece o médico.
Se confirmada a expectativa de regressão do tumor, o ex-presidente Lula deverá iniciar ainda nesta segunda-feira a terceira e última sessão de quimioterapia no combate à doença. A equipe médica considera o risco pequeno, mas não descarta a possibilidade de o ex-presidente ser submetido a uma cirurgia, caso o tumor não tenha sofrido uma redução significativa em relação ao seu tamanho inicial. A expectativa é de que em janeiro Lula inicie as sessões de radioterapia e que o tratamento médico seja finalizado em fevereiro.
De alta complexidade
Médico explica o PET Scan, exame que Lula fará para identificar possíveis focos de novos tumores
Ex-presidente passa por uma bateria de exames nesta segunda-feira para definir próximos passos do tratamento contra o câncer de laringe
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