
No dia 7 de abril, começa oficialmente a vacinação contra a gripe no Sistema Único de Saúde (SUS). O imunizante ficará disponível para mais de 15 grupos prioritários em todo o Brasil.
As doses já começaram a ser distribuídas aos municípios. Na primeira remessa, o Rio Grande do Sul recebeu 356 mil vacinas. A expectativa é de que, com o passar dos meses, o Estado imunize mais de 5 milhões de pessoas dos públicos-alvo.
A novidade para 2025 é que o imunizante passa a ficar disponível em unidades básicas de saúde de forma permanente, indo além das campanhas sazonais. Isso significa que pessoas que fazem parte do grupo prioritário poderão tomar a vacina em qualquer período do ano.
Além disso, a vacina também passa a fazer parte do Calendário Nacional de Vacinação para crianças a partir de seis meses a menores de seis anos de idade (cinco anos, 11 meses e 29 dias), idosos com 60 anos e mais e gestantes.
Quais são os grupos prioritários
- Crianças de seis meses a menores de seis anos
- Gestantes
- Idosos a partir de 60 anos
- Trabalhadores da saúde
- Puérperas
- Professores dos ensinos básico e superior
- Indígenas
- Quilombolas
- Pessoas em situação de rua
- Profissionais das forças de segurança e de salvamento
- Profissionais das Forças Armadas
- Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade)
- Pessoas com deficiência permanente
- Caminhoneiros
- Trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso)
- Trabalhadores portuários
- Funcionários do sistema de privação de liberdade
- População privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos)
- Trabalhadores dos Correios
Qual vacina será aplicada?
A vacina oferecida pelo SUS é trivalente, garantindo proteção contra os vírus da Influenza A H3N1 e H3N2 e Influenza B.
Os imunizantes utilizados no Brasil apresentam três tipos de cepas de vírus em combinação:
- A/Victoria/4897/2022 (H1N1)
- A/Croatia/10136RV/2023 (H3N2)
- B/Austria/1359417/2021 (B/linhagem Victoria)
A influenza é uma infecção respiratória viral aguda que afeta o sistema respiratório, podendo variar de quadros leves a graves, inclusive, a óbito. Tem altas taxas de transmssão e tendêndia a se disseminar facilmente em epidemias sazonais.
Dose única?
A aplicação da vacina é feita em dose única para pessoas acima de nove anos de idade.
No caso de crianças até oito anos, deverão ser administradas duas doses, com intervalo de 30 dias entre elas, apenas se for receber a imunização pela primeira vez. Caso ela já tenha tomado em anos anteriores, será aplicada em dose única.
É válido lembrar que a aplicação da vacina contra a gripe deve ser realizada anualmente.
Quando será o Dia D?
O Ministério da Saúde sugere que o dia "D" ocorra no dia 10 de maio de 2025. Na data, cidades de todo o país organizam mutirões de vacinação para os grupos elegíveis. Em Porto Alegre, a a mobilização está confirmada.
Decisão de como fazer a distribuição cabe aos municípios
O início oficial da vacinação está marcado para o dia 7 de abril, mas o Ministério da Saúde recomenda que os Estados e os municípios iniciem a imunização assim que receberem doses.
No Rio Grande do Sul, a organização relacionada a possíveis escalonamentos de grupos prioritários ou a liberação geral aos públicos-alvo fica a critério das prefeituras, de acordo com a demanda.
— A abertura do dia 7 de abril é para todos os grupos, mas os municípios podem, conforme o quantitativo de vacinas que irão receber neste primeiro momento, fazer alguma estratégia diferente para captar um grupo prioritário — pontua a enfermeira Eliese Cesar, do Departamento de Imunizações do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS).
Doses no RS
Ao todo, o público-alvo no Rio Grande do Sul é composto por mais de 5,3 milhões de pessoas. Conforme o Ministério da Saúde, a distribuição fica assim:
- Bebês de 6 meses a 2 anos: 181.461
- Crianças de 2 anos a 6 anos: 648.578
- Pessoas acima de 60 anos: 2.314.385
- Gestantes: 90.731
- Puérperas: 14.915
- Indígenas 41.091
- Trabalhadores da saúde: 453.057
- Pessoas com deficiência: 464.668
- Adolescentes em medidas socioeducativas: 1.249
- Presos maiores de 18 anos: 33.699
- Funcionários do sistema carcerário: 6.745
- Pessoas com doenças crônicas: 665.072
- Professores: 153.385
- Forças armadas: 38.899
- Pessoas em situação de rua: 4.128
- Forças de segurança e salvamento: 28.178
- Caminhoneiros: 128.564
- Motoristas de transporte coletivo: 29.034
- Trabalhadores de portos: 4.051
- Trabalhadores dos Correios: 5.347
Total: 5.324.874
Vacinação em escolas
O mesmo é válido para articulação de ações localizadas: a organização é feita pelos municípios. O Ministério da Saúde recomenda que sejam adotadas práticas para a implementação de estratégias, como em escolas, creches e instituições de longa permanência (ILPI).
— É o município que organiza se fará estratégias de vacinação extramuros, dentro da sua equipe, assim como a disponibilidade de doses nas unidades. É sempre importante o cidadão procurar se informar junto à Secretaria Municipal de Saúde em quais locais que está sendo ofertada a vacina e qual o horário — reforça Eliese.
Documentos necessários
Para todos os grupos, a recomendação é que, ao procurar o posto de saúde, o cidadão apresente documento de identidade e, se possível, a caderneta de vacinação.
Gestantes, quilombolas, indígenas e pessoas com deficiência são autodeclarados. No caso das crianças, basta apresentar a caderneta de vacinação. Os demais grupos devem levar qualquer documento que comprove a condição: documento, receita médica, crachá e carteira de trabalho, por exemplo.

Como irá funcionar a vacinação em Porto Alegre
Em Porto Alegre, a distribuição da vacina para os grupos prioritários será iniciada no dia 7 de abril em todas as unidades de saúde da Capital. O público-alvo estimado apto para receber a vacina é de 736.942 pessoas.
Escalonamento dos grupos prioritários
Na Capital, são esperadas 50,6 mil doses na primeira leva, com previsão de novas remessas nas próximas semanas. Diante da demanda, o munícipio organizou a distribuição da vacina de forma escalonada.
A cada semana, novos grupos serão atendidos. A expectativa é de que após a terceira semana, a imunização esteja liberada para todos os grupos prioritários.
De 7 e 13 de abril
- Crianças de seis meses a menores de seis anos
- Idosos com 60 anos ou mais
- Gestantes em qualquer idade gestacional
- Puérperas em até 45 dias após parto
- Indígenas e quilombolas
De 14 e 20 de abril
- Trabalhadores de saúde
- Trabalhadores da educação
- Pessoas em situação de rua
- Pessoas com doenças crônicas
- Pessoas com deficiência permanente
- Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade)
De 21 a 26 de abril
- Profissionais das forças de segurança e salvamento
- Forças armadas
- Caminhoneiros
- Trabalhadores de transporte coletivo
- Trabalhadores portuários
- Profissionais dos Correios
Ações locais a partir de 14 de abril
De acordo com a enfermeira Renata Capponi, chefe da Equipe de Imunizações da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, o município deve articular ações locais, em escolas, creches, instituições de longa permanência, entre outros, à medida em que as doses forem chegando.
A estimativa é que a partir do dia 14 de abril sejam divulgadas iniciativas à população.
Como idosos acamados podem solicitar vacinação?
Idosos acamados podem receber a vacina em casa, a partir de um agendamento prévio com a unidade de saúde de referência.
— Um familiar pode ir até a unidade de referência solicitar ou pode ser também através do WhatsApp da unidade de saúde — pontua a enfermeira Renata Capponi.
Por que se vacinar?
Conforme o Ministério da Saúde, a vacina contra a gripe protege durante o período de maior circulação dos vírus, que é o inverno, reduzindo os casos de agravamento da doença, as internações e os óbitos. O imunizante também diminui a disseminação do vírus na comunidade e evita a superlotação das emergências.
— A influenza atinge, principalmente, esses grupos considerados prioritários, especialmente os idosos e crianças, levando a internações e óbitos. A vacina é de extrema importância, à medida que ela tem em sua composição aquelas cepas que mais circularam durante o ano e traz uma eficácia de até 90% — destaca Renata.
É possível se vacinar estando gripado?
Recomenda-se que pessoas que apresentem quadros febris ou estejam com covid-19 confirmada adiem a vacinação até a melhora do quadro.
É possível se vacinar logo após outras imunizações?
De acordo com o Ministério da Saúde, a vacina contra a influenza pode ser administrada na mesma ocasião de outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação e com outros medicamentos. Além disso, não há contraindicações de realizá-la tendo feito outras imunizações em um intervalo curto de tempo.
Há contraindicações?
A aplicação da vacina contra a influenza é contraindicada a crianças menores de seis anos meses de idade e a pessoas com histórico de reação alérgica grave após aplicação de doses anteriores.
*Produção: Carolina Dill
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