Um estudo da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, constatou a presença de metais pesados na composição de chocolates de diferentes rótulos comercializados no país. Publicada na revista Frontiers in Nutrition, a pesquisa identificou chumbo e cádmio, acima dos níveis permitidos no estado da Califórnia, em alguns rótulos analisados, o que pode representar risco à saúde pública caso os produtos sejam consumidos com frequência. As marcas não foram divulgas.
O consumo de metais pesados como chumbo, cádmio e arsênico, pode resultar em graves problemas de saúde, com risco especialmente aos rins, fígado e sistema nervoso. O organismo humano não consegue eliminar as substâncias, que se acumulam nas células e prejudicam suas funções.
A pesquisa da Universidade de Washington analisou, de 2014 a 2022, 72 marcas de chocolate comercializadas nas prateleiras dos principais mercados dos Estados Unidos. Os testes constaram que os níveis de chumbo excederam o máximo permitido em 43% dos rótulos analisados (31 marcas). Já a quantidade de cádmio ficou acima do indicado em 35% dos produtos (25). A análise ainda concluiu que produtos rotulados como orgânicos apresentaram níveis superiores aos "não orgânicos".
Conforme os pesquisadores, o consumo recorrente dos chocolates em que os metais foram identificados, mais de uma vez ao dia, pode ocasionar diferentes problemas de saúde. Apesar disso, o estudo aponta que comer cerca de 30 gramas – o equivalente a uma colher de sopa – não representa grandes riscos à saúde.
O cultivo de cacau em locais com presença abundante de metais pesados sobre o solo e o processo de industrialização dos chocolates são as hipóteses levantadas pelo estudo para explicar a presença das substâncias na composição dos produtos.
Os pesquisadores ainda ressaltaram que há estudos que indicam que o consumo de uma porção apresenta benefícios à saúde cardiovascular e cognitiva, e que novas análises devem especificar de maneira mais aprofundada os riscos relacionados aos metais.