Com a chegada da Páscoa, a tradição de presentear familiares e amigos com ovos de chocolate faz com que as casas estejam abastecidas de doces neste fim de semana. Com a sobremesa em casa, o desejo é facilitado e é natural que o consumo desse tipo de alimento aumente nos próximos dias. Mas, para a guloseima não se tornar a vilã da saúde, GZH conversou com um especialista para orientar o consumo.
Conforme o nutricionista Felipe Leal, professor de Nutrição da Universidade de Passo Fundo (UPF), o que determina se o chocolate pode fazer bem, ou não, para a saúde são as variações de quantidade de cacau na forma do preparo: se é chocolate ao leite, sem lactose, branco, meio amargo ou amargo.
— Não existem alimentos vilões, o que depende é a quantidade consumida. Chocolates com maior teor de cacau, por exemplo, são muito saudáveis e têm características que auxiliam na pressão cardiovascular. Já os mais doces possuem mais açúcar, e o branco, mais gordura. Então é nisto que se deve prestar atenção — orienta Leal.
Chocolate e as vantagens para a saúde
Entre os prós de consumir o alimento nas quantidades e fórmulas adequadas, o especialista traz estudos que relacionam o consumo de cacau com benefícios à saúde. Entre os exemplos estão o combate ao envelhecimento precoce e celular, por conta dos radicais livres, e o auxílio na redução da pressão arterial.
Nesse caso, o recomendado é optar pelas opções com quantidade maior de cacau: chocolates amargos ou meio amargos. Estes podem ser consumidos diariamente, desde que em quantidades pequenas. Para manter o controle, a dica do nutricionista é comprar os chocolates em tamanhos menores, como os modelos de pastilhas ou barras pequenas, para conseguir fracionar o desejo:
— Para aqueles que não conseguem ficar sem o doce, indicamos que não tenham em casa aquelas barras maiores, porque não vão conseguir se controlar e acabam por comer inteira. O indicado é optar pelas embalagens menores dos que têm concentrações maiores de cacau. Opções de 5g ou 10g, podem ser consumidos diariamente — pontua.
Porém, em abundância, o alimento pode trazer malefícios à saúde. Os principais são o ganho de peso e a presença de acne na pele. Nestes casos, os alimentos mais comuns são bombons e as caixas de wafers recheados, que possuem alto valor energético.
— Estes devemos evitar ao máximo, pois são pequenos e muito calóricos. Porções de 25g têm 120 calorias e equivalem a um pão francês.
Alimento ligado ao emocional
Apesar de saboroso, comer chocolate também tem influência do lado emocional. O alimento está altamente ligado ao prazer e a sensação de “recompensa” por um dia bom ou ruim. Ainda conforme o nutricionista, a dependência pelo doce pode aumentar conforme a frequência que comemos. A orientação é tentar reduzir o consumo e, novamente, encaixá-lo em pequenas porções por dia.
— Essa fome que temos pelo doce muitas vezes é emocional. Esses fatores influenciam diretamente no aumento do consumo e, se comemos todo dia, é mais difícil ainda de parar. As dicas são tentar optar por opções mais saudáveis, fazer o fracionamento, não consumir todo o volume de uma só vez e evitar grandes quantidades — finaliza.