O Hospital Psiquiátrico São Pedro foi criado como um hospício – lugar para onde eram levados os alienados mentais. Foi a primeira instituição psiquiátrica de Porto Alegre e da província. Ao longo de 140 anos, o estabelecimento acompanhou o desenvolvimento da psiquiatria e do cuidado em saúde mental no mundo. O hospital tornou-se um centro de saúde e já chegou a ter 5 mil residentes. Do início até o atual momento, houve uma grande mudança de paradigma.
Atualmente, o hospital conta com 108 leitos psiquiátricos, unidades para pacientes agudos, ambulatório com diversas especialidades de saúde mental, Centro Integrado de Atenção Psicossocial - Infância e Adolescência (CIAPS), e residências médicas. As atividades terapêuticas desenvolvidas incluem práticas como a Oficina de Criatividade – que deu origem a um acervo de museu – e um jardim terapêutico. A instituição é referência para todos os municípios do Estado.
— Estamos cada vez mais nos configurando como um grande centro de cuidado em saúde mental — afirma Letícia Ikeda, médica sanitarista e diretora do Departamento de Gestão dos Hospitais Estaduais da Secretaria Estadual da Saúde (SES), destacando que o objetivo é perder o estigma vinculado à internação.
A internação exclusiva para dependência química, porém, continua sem ser realizada, em razão de a ala ter sido desativada por questões estruturais. De acordo com a SES, reformas e adequações estão sendo encaminhadas, mas ainda não há previsão de reabertura. Além da unidade, vários edifícios históricos, em situação precária, também estão fechados pelo mesmo motivo.
A secretaria está retomando a reforma do pavilhão Madre Matilde, onde moravam os residentes, para receber parte da ala feminina. Com exceção de um morador que continua no local, os demais foram transferidos para Serviços Residenciais Terapêuticos em Porto Alegre – oito na Vila São Pedro – e em Viamão.