Apenas um posto de saúde em Porto Alegre continua aplicando a vacina bivalente contra a covid-19. O motivo é o fim das doses. Até a quinta-feira (19), dois postos tinham o imunizante. Já na manhã desta sexta-feira (19), segundo a Secretaria Municipal da Saúde, o único local com doses disponíveis é a Unidade de Saúde Ramos, no bairro Santa Rosa de Lima, na Zona Norte.
O desabastecimento é provocado pela falta de repasses por parte do Ministério da Saúde. O último recebimento de doses bivalentes pelo Rio Grande do Sul ocorreu em 13 de março. Em entrevista nesta sexta-feira (19) ao Gaúcha Atualidade, a diretora do Centro Estadual De Vigilância Em Saúde, Tani Ranieri, disse que os estoques estão zerados.
— Aqui no Rio Grande do Sul dispomos de poucas doses, provavelmente em algumas unidades de alguns municípios do Estado do Rio Grande do Sul. Não temos nem uma dose a mais na Central Estadual de Distribuição e Armazenamento de Imunobiológicos, que faz a distribuição para todo o Estado, nem nas centrais regionais — afirma a diretora.
No entanto, Tani Ranieri destacou que a vacina pediátrica ainda está disponível. Porém, com pouca procura. Segundo o Painel de Monitoramento da Imunização Covid-19, da Secretaria Estadual da Saúde, apenas 19,5% das crianças entre três e quatro anos receberam esquema vacinal completo, por exemplo.
— Essa vacina tem ainda disponibilidade nas unidades de saúde. A gente, inclusive, está com uma cobertura vacinal baixíssima, tanto para crianças quanto para adolescentes, muito baixa — avalia.
Segundo o Ministério da Saúde, o problema do desabastecimento foi causado por um impasse entre as farmacêuticas Pfizer e Moderna. Ambas foram à Justiça após divergências no pregão de compra. A pasta diz que a expectativa é assinar o contrato até esta sexta-feira. Após a assinatura, as doses devem ser entregues em até sete dias.
Devem receber uma dose da vacina bivalente a cada seis meses as pessoas de 60 anos ou mais, pessoas imunocomprometidas, gestantes e puérperas que receberam uma última dose da vacina monovalente ou bivalente há mais de seis meses. Indivíduos que integram outros grupos prioritários realizarão a dose da vacina bivalente anualmente.