O aumento na procura pela vacina QDenga, produzida pela empresa japonesa Takeda, levou à falta do imunizante em quatro redes farmacêuticas e sete clínicas particulares de Porto Alegre procuradas pela reportagem de GZH. O número de casos de dengue no Rio Grande do Sul chegou a marca de 6.776 esta semana, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES).
Por enquanto, para quem ainda não tomou a primeira dose, o imunizante pode ser encontrado apenas em parte das unidades das farmácias Droga Raia e Drogasil. As farmácias São João e Panvel afirmaram não possuir mais vacinas, o que inclui a segunda dose para quem já tomou a primeira, por exemplo.
Já a rede Agafarma disse não estar trabalhando com vacinas contra a doença. A rede Pague Menos também alegou falta de imunizantes, mas que clientes já vacinados uma vez terão garantia de uma segunda dose.
A Clínica particular Vaccicare recebeu apenas dez doses na primeira metade do mês, mas para fazer a segunda aplicação. Nas clínicas Multivacinas, Mãe de Deus, ImuneSafe, Vacine, Unimed e Iminutá, também há escassez e não há previsão de retomar o serviço. No entanto, quem pagou pela segunda dose do imunizante possui garantia de reserva. Quem não pagou, não possui garantia da segunda dose.
O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) confirmou nesta sexta-feira (23) um sétimo óbito em decorrência da doença no Rio Grande do Sul. A vítima é um homem de 76 anos que possui comorbidades. A morte ocorreu na quarta-feira (21), em Lajeado, no Vale do Taquari.
O que diz o laboratório Takeda
Em nota, a Takeda informa que, diante do atual cenário da inclusão da vacina Qdenga no Sistema Único de Saúde (SUS) por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), a empresa está concentrada em atender de forma prioritária ao Ministério da Saúde.
O pronunciamento também salienta que a empresa não está disponível para firmar contratos de forma descentralizada para atendimento a Estados e Municípios e que o fornecimento da vacina contra a dengue no mercado privado brasileiro, será limitado para suprir e priorizar o quantitativo necessário para que as pessoas que tomaram a primeira dose do imunizante na rede privada completem seu esquema vacinal, de acordo com a posologia de duas doses subcutâneas com intervalo de três meses aprovada pela Anvisa. Os compromissos firmados com os Municípios anteriormente à incorporação no SUS serão plenamente honrados.
"Conforme já anunciado, temos garantida a entrega de 6,6 milhões de doses para o ano de 2024 e o provisionamento de mais 9 milhões de doses para o ano de 2025. Em paralelo, estamos buscando todas as soluções possíveis para aumentar o número de doses disponíveis no país, e não mediremos esforços para isso", diz um trecho da nota.