A medicina ainda não encontrou remédios para combater o vírus da dengue, mas alguns tratamentos costumam ter efeito rápido. Outros são expressamente contraindicados, como o uso de anti-inflamatórios, que podem provocar sangramentos. A automedicação é desaconselhada em todas as situações.
Se houver suspeita da doença, a primeira orientação é procurar atendimento. O médico deverá recomendar medicamentos que diminuem a febre alta e as dores, que são os principais sintomas. Analgésicos e antitérmicos como paracetamol e dipirona costumam ser receitados, inclusive para crianças. Mas nunca, dizem os especialistas, se deve apostar nos anti-inflamatórios como ibuprofeno, nimesulida, voltaren e aspirina.
— A primeira coisa que a pessoa deve fazer é procurar o médico. Nunca damos anti-inflamatórios, já que podem aumentar o risco de sangramentos — frisa o infectologista Paulo Ernesto Gewehr Filho, do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre.
Garantir a hidratação é muito importante, já que a dengue provoca inflamação e faz o líquido escapar dos vasos sanguíneos, provocando queda de pressão. Adultos devem dobrar a quantidade de água recomendada por dia e ingerir cerca de cinco litros. Chá, suco, soro e água de coco também são aconselhados.
No caso das crianças, é recomendada a ingestão conforme o peso: 100 ml de água por quilo, além do leite e do suco que os pequenos podem consumir durante as refeições. Segundo o diretor adjunto da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, o médico pediatra Benjamin Roitman, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria, um organismo bem hidratado pode enfrentar a dengue com menos susto, já que a maioria dos casos não evolui para o quadro grave.
— É importante deixar claro que a dengue é benigna, autolimitada, ou seja, passa sozinha. Ela leva mais gente a ambulatórios por causa da desidratação. Mas há casos que podem complicar e evoluir para óbito — diz o médico.
Por fim, quem está com dengue deve investir no repelente e no uso de mangas longas pelos próximos sete dias desde o início dos sintomas, período em que estará virêmico, com o vírus circulando no sangue – isso para não ser picado novamente por um mosquito Aedes aegypti e contribuir com o ciclo de transmissão do vírus. Em crianças com menos de seis meses de idade, o produto é contraindicado.