Mais de 30% das 54 mortes por dengue no Rio Grande do Sul neste ano ocorreram no noroeste gaúcho. Os 17 óbitos (31,4%) foram registrados em cinco cidades da região: Condor, Ibirubá, Ijuí, Jóia e Selbach. Até esta quinta-feira (28), foram confirmados 37,6 mil casos em todo o Estado. A maioria (33,9 mil) desses casos são autóctones, ou seja, contraídos dentro do território gaúcho.
A segunda região com maior registro de mortes pela doença foi o Vale do Taquari. Conforme a Secretaria Estadual da Saúde, foram doze vítimas em seis cidades: Encantado (5), Estrela (1), Lajeado (1), Muçum (1), Roca Sales (3) e Travesseiro (1).
A cidade gaúcha que mais teve óbitos por dengue em 2023 foi Ijuí, com nove. Em seguida, vieram Ibirubá, Encantado e Santa Maria, cada uma com cinco mortes. Quanto ao número de confirmações, Santa Maria, na Região Central, lidera com 8.410 infecções, seguida por Porto Alegre com 5.741 e Ijuí com 4.736.
Em comparação com os números de 2022, houve uma diminuição tanto nos casos de vidas perdidas quanto nos infectados no Estado. No ano passado, foram registrados mais de 68 mil casos e 66 mortes.
Responsável pelo Programa de Arboviroses (tipos de doenças transmitidas por insetos) do Centro de Vigilância Estadual de Saúde (CEVS), Cátia Favreto analisa que a queda nos números pode ser atribuída ao trabalho realizado pelos municípios no combate à dengue:
— Podemos considerar que a população adotou medidas de prevenção contra o mosquito. Mesmo assim, 466 cidades gaúchas foram consideradas infestadas, o que significa a presença do vetor do Aedes Aegypti.
Em 2023, uma parcela significativa dos óbitos no Rio Grande do Sul ocorreu em pessoas com 80 anos ou mais: 21 casos (38,8%). Em seguida, a faixa etária entre 60 a 69 anos teve dez óbitos (18,5%), e sete mortes foram registradas em pessoas de 70 a 79 anos (12,9%).
Já em 2022, a maioria (33%) das 66 mortes foi de pessoas entre 70 e 79 anos, totalizando 22 casos. Em seguida, a faixa etária de 80 anos ou mais registrou 20 mortes (30%), enquanto a faixa de 60 a 69 anos teve 10 (15%).
Neste ano, duas crianças morreram por dengue. As vítimas são um menino de quatro anos, com comorbidade, morador de Lajeado, no Vale do Taquari; e uma menina de 10 anos, residente de Passo Fundo, no Norte, sem nenhuma doença prévia. No ano passado, conforme a SES, duas pessoas com menos de 14 anos também faleceram pela doença.
Os 54 óbitos de 2023 ocorreram em: Bento Gonçalves (1), Cachoeirinha (1), Condor (1), Encantado (5), Estrela (1), Gramado (1), Gravataí (1), Ibirubá (5), Ijuí (9), Jaguari (1), Jóia (1), Lajeado (1) , Lindolfo Collor (1), Morro Reuter (1), Muçum (1), Não-Me-Toque (2), Nova Alvorada (1), Novo Barreiro (1), Passo Fundo (3), Porto Alegre (3), Roca Sales (3), Rolante (2), Santa Maria (5), Selbach (1), Sinimbu (1), Travesseiro (1).
Número de mortes por Região do Estado:
- Noroeste (17): Condor (1), Ibirubá (5), Ijuí (9), Jóia (1), Selbach (1)
- Vale do Taquari (12): Encantado (5), Estrela (1), Lajeado (1), Muçum (1), Roca Sales (3), Travesseiro (1)
- Norte (7): Não-Me-Toque (2), Nova Alvorada (1), Novo Barreiro (1), Passo Fundo (3)
- Região Central (6): Jaguari (1), Santa Maria (5)
- POA e Região Metropolitana (5): Cachoeirinha (1), Gravataí (1), Porto Alegre (3)
- Vale do Paranhana (2): Rolante (2)
- Serra (2): Bento Gonçalves (1), Gramado (1)
- Vale do Sinos (2): Lindolfo Collor (1), Morro Reuter (1)
- Vale do Rio Pardo (1): Sinimbu (1)
Recorde de mortes no Brasil
O Brasil bateu recorde de mortes por dengue no ano de 2023. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan online), revelam que foram 1.079 mortes pela doença até esta quarta-feira (27).
Na série histórica divulgada pela pasta, também com base no Sinan, o maior número de óbitos no período de um ano completo ocorreu em 2022, quando chegou a 1.053 registros. Em seguida, vem o ano de 2015, com 986 mortes.
Principais sintomas da doença incluem:
- Febre alta (39 a 40°C) com duração de dois a sete dias
- Dor retro-orbital (atrás dos olhos)
- Dor de cabeça
- Dor no corpo
- Dor nas articulações
- Mal-estar geral
- Náusea
- Vômito
- Diarreia
- Manchas vermelhas na pele (com ou sem coceira)