Até meados de setembro, 5.106 casos de dengue haviam sido confirmados em Porto Alegre. Destes, 4.583 foram contraídos na cidade, a maioria na Zona Leste.
Apesar de ainda restarem três meses até o término do ano, o número já é superior a todos os casos de dengues confirmados em 2022 na Capital, conforme os dados publicados pela Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Os dados se referem até o dia 16 de setembro, são parciais e estão sujeitos a revisão.
Ainda de acordo com o boletim, o número de óbitos em decorrência da doença já se igualou aos de 2022, com quatro mortes. A SMS avalia o cenário com preocupação.
— Nesse ano não houve sazonalidade, não houve uma grande diferenciação entre verão e inverno, então o número de casos se manteve alto. Em maio, houve uma manutenção do número de casos, ao oposto do ano passado, quando houve uma diminuição com a queda de temperatura — explica Juliana Maciel Pinto, diretora em exercício da Vigilância em Saúde.
A SMS também monitora a infestação do mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão da dengue. O boletim indica baixa infestação na maioria dos 46 bairros monitorados com armadilhas. No entanto, Vila São José e Vila João Pessoa, dois bairros da Zona Leste, apresentam infestação elevada do vetor. Os bairros Jardim Botânico e Santa Tereza estão sob alerta.
A chegada da primavera e, depois, do verão, acentua a preocupação das autoridades:
— A perspectiva, com as altas de temperatura, é de que não haja redução do número de casos. Precisamos manter a atenção da população com o acúmulo de água parada e proliferação do mosquito Aedes aegypti — alerta Juliana.
O Chefe do Serviço de Infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Eduardo Sprinz, pede atenção a sintomas como febre e dores pelo corpo.
— Nos casos clássicos, a pessoa se sente como se tivesse sido atropelada por um caminhão. Qualquer pessoa com esses sintomas, temos que pensar em dengue.
Nos casos de reinfecção, a atenção precisa ser redobrada.
— É imprescindível procurar ajuda médica, pois casos de reinfecção podem evoluir para casos mais graves. O mesmo vale para idosos e pessoas com comorbidades, como doenças cardíacas, pulmonares e hepáticas —esclarece o especialista.
A SMS, juntamente a outros órgãos da prefeitura, está se mobilizando para informar a população sobre cuidados no combate ao mosquito, além de monitorar os bairros que precisem de maior atenção na área da saúde.
— Se a pessoa mora em um bairro de grande infestação e maior número de casos, ela deve se cuidar mais e buscar uma unidade de saúde assim que surgirem os primeiros sintomas — instrui Juliana.
Principais sintomas
Entre os principais sintomas de dengue estão:
- Febre alta (39 a 40°C), com duração de dois a sete dias
- Dor retro orbital (atrás dos olhos)
- Dor de cabeça
- Dor no corpo
- Dor nas articulações
- Mal-estar geral
- Náusea
- Vômito
- Diarreia
- Manchas vermelhas na pele (com ou sem coceira).