A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) vem gerando cada vez mais preocupação. O aumento do número de casos em crianças levou o governo estadual a decretar estado de emergência em saúde pública nesta quinta-feira (6). Porém, uma das medidas mais indicadas para prevenir o quadro, de acordo com especialistas, é bastante acessível: manter o calendário vacinal atualizado.
Até o último dia 10 de junho, o Estado apresentava 2.806 casos dessa síndrome em crianças até 11 anos, sendo 642 internações em UTI.
Uma vacina para idosos contra o VSR já está disponível no Exterior e vem sendo estudada em outros grupos como gestantes e crianças. No entanto, há outros vírus que podem gerar SRAG, de maneira menos frequente, para os quais não há vacina disponível, como o adenovírus, que surge em épocas específicas, o rinovírus, que é frequente, o metapneumovírus e diversos outros.
Por esse motivo, deve-se fazer o reforço da imunidade contra os outros vírus perigosos, que causam mortalidade, mas que têm proteção disponível. Os especialistas recomendam que as pessoas atualizem o calendário vacinal com as seguintes vacinas:
- Contra a influenza
- Contra o coronavírus
- Com todas as vacinas infantis indicadas, como sarampo, difteria, tétano, entre outras, diminuindo o risco de outras infecções
- Contra pneumonia, para idosos e pacientes com problemas respiratórios ou crônicos, com recomendação médica
— A vacina da pneumonia também ajuda e deveria ser indicada, porque na síndrome gripal, quem tem imunidade baixa, problema respiratório ou crônico tem tendência a evoluir para quadros mais graves — Liana Corrêa, pneumologista do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
A médica do Hospital São Lucas frisa a importância da vacinação, pois, ao contrair uma infecção viral, a imunidade diminui e torna o paciente mais suscetível a outras doenças.
— Infelizmente, veio meio que uma propaganda antivacina, então muitas mães deixaram de fazer vacinas também nos seus filhos, e tem de por tudo em dia. São etapas fundamentais — ressalta.
O pneumologista Gilberto Fischer, coordenador do Serviço de Pneumologia Pediátrica do Hospital da Criança Santo Antônio, da Santa Casa de Porto Alegre, reitera que os vírus andam juntos e é importante essa cobertura vacinal para ter a maior proteção possível:
— A grande cautela é em proteger as pessoas de maior risco.
O que é e como prevenir a Síndrome Respiratória Aguda Grave
A SRAG decorre do agravamento de doenças respiratórias e caracterizando-se por uma dificuldade respiratória. As principais causas costumam ser vírus respiratórios, como o sincicial respiratório (VSR), principalmente em crianças, a influenza A e B e o coronavírus.
— A gente sempre dá destaque para o vírus sincicial, porque ele é o que mais causa bronquiolite, que é essa inflamação brônquica que gera mais insuficiência ventilatória em crianças, porque não tem vacinação para esse vírus — destaca explica Liana .