Assim como outros hospitais de Porto Alegre, o Hospital de Pronto Socorro (HPS) registra superlotação no atendimento de pacientes na emergência e na ala de internações. Nesta sexta-feira (19), a instituição conta com 29 internados para 13 leitos disponíveis na sala para internações.
Conforme a Associação dos Servidores do Hospital de Pronto-Socorro de Porto Alegre (ASHPS), nos últimos dias, a situação chegou a ser pior. No início da semana, eram 42 pessoas no espaço. Sem local para colocação de macas, os pacientes de trauma permaneceram em cadeiras nos corredores.
— Estamos colocando todos em risco. Os pacientes, que não encontram as condições mínimas de estrutura para serem atendidos, e os profissionais, que já estão sobrecarregados e não conseguem dar conta de todas as pessoas. Convivemos com risco de que, a qualquer momento, algo grave ocorra nos corredores do hospital — alertou a presidente da ASHPS, Marília Iglesias.
A organização que representa os servidores afirma que alertou a direção do HPS, mas, até o momento, não obteve resposta sobre ações para amenizar as dificuldades como o atendimento nos corredores. Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirmou que acompanha com preocupação a pressão assistencial vinda de municípios do interior e da Região Metropolitana para a Capital.
Ainda segundo a associação, a superlotação é uma consequência do fechamento de hospitais e emergências da Região Metropolitana, como o Hospital de Viamão. Referência em traumatologia, o HPS vem registrando uma alta procura por atendimento de pacientes clínicos.
— O HPS atende com as portas abertas. No entanto, não temos estrutura para atender pacientes cardiológicos, por exemplo. Se chega alguém com um princípio de infarto, vamos fazer o possível, mas não temos como realizar os procedimentos necessários para o caso — afirmou Marília.
De acordo com a Secretaria da Saúde de Porto Alegre, a falta de outras possibilidades de atendimento na região metropolitana tem causado incremento da busca por atendimentos de urgência e emergência. O município tem ressaltado aos órgãos estaduais a necessidade de medidas locais para reduzir este impacto em Porto Alegre.