Para a saúde do bebê, não há alimento melhor do que o leite materno. O aleitamento no peito da mãe é recomendado, de forma exclusiva, até os seis meses e, a partir dessa idade, a criança deve seguir recebendo-o, mas acompanhado de outros alimentos também saudáveis. Depois de muitos cuidados nutricionais ao longo de toda a gravidez, após o parto, a mãe também tem necessidades alimentares específicas para o período de aleitamento.
Leite materno é alimentação completa
O leite materno é uma alimentação completa, que garante carboidratos, gorduras e proteínas, além de micronutrientes, como vitaminais e minerais, observa a nutricionista Caroline Abud, professora de Nutrição da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Além do mais, funciona como uma vacina personalizada, com fatores imunológicos presentes especialmente nos primeiros dias de secreção, o chamado colostro.
— Diante do aumento da amamentação na população, há estudos apontando para efeitos a curto e longo prazo do leite materno, como redução da mortalidade neonatal e infantil, prevenção de obesidade e diabetes nas crianças, até mesmo aspectos do desenvolvimento psicológico. Para mãe, os estudos apontam que a amamentação previne o câncer de mama — cita a nutricionista.
Toda mãe produz um leite perfeito para o bebê, independentemente do que ela come, diz Caroline. No entanto, se a mulher tiver uma alimentação saudável, os nutrientes da bebida ficarão em evidência.
— Todas as mães terão um bom leite, mas esse leite fica melhor com alimentos in natura, coloridos, variados, com gorduras boas em vez de saturadas. É a comida de verdade, com feijão, arroz, vegetais e legumes — diz.
Outro ponto é que a alimentação diversificada da lactante interfere no sabor do leite, tornando-o mais palatável, observa a nutricionista Michele Drehmer, professora do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Além do mais, há estudos que apontam que o bebê tem memória do que ingeriu ainda na barriga da mãe — isso vai influenciá-lo na hora de comer quando for criança.
— Com uma alimentação bem variada, o sabor do leite muda a cada dia, assim como a cor. Isso é ótimo para o bebê, porque ele não consome todo o dia o mesmo sabor, diferente da fórmula, que tem sempre o mesmo gosto. Há estudos que mostram que a criança tem memória que remete aos sabores de alimentos que ela ingeriu no leite materno — observa Michele.
A falta de alguns nutrientes pode afetar o teor do leite. O ômega 3, por exemplo, presente nos peixes como sardinha e salmão, é fundamental para a matriz cerebral do bebê. Já algumas substâncias são contraindicadas, como o álcool, a cafeína e ultraprocessados.
Se a lactante tiver vontade de tomar um mate, rico em cafeína, a dica é deixar as primeiras cuias para outra pessoa e tomar mais lavadinho, mesmo.
O que a mãe deve evitar na amamentação
- Álcool
- Cafeína
- Adoçantes
- Alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, salgadinhos, bolacha recheada, salsichas, presuntos e temperos prontos
O que a mãe deve consumir na amamentação
- Prato variado, com arroz, feijão, legumes, vegetais e carne
- Ômega 3, encontrado nos peixes, como atum, anchovas, sardinha e salmão, além da chia