O Grupo Hospitalar Conceição (GHC) e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) receberam, juntos, R$ 14 milhões do governo federal. A informação foi confirmada pela reportagem de GZH na tarde desta sexta-feira (9). O GHC teve R$ 9 milhões desbloqueados pelo Ministério da Economia. Já o HCPA recebeu R$ 5 milhões do Ministério da Educação (MEC).
O montante enviado ao Grupo Hospital Conceição é parte dos R$ 19,7 milhões bloqueados na semana passada devido ao contingenciamento de R$ 5,72 bilhões do orçamento de 2022 para cumprir o teto federal de gastos.
A verba recebida pelo grupo será utilizada para pagamento das despesas discricionárias, que são aquelas sobre as quais os órgãos públicos têm liberdade de decidir. No caso do GHC, englobam contratos de prestação de serviço, materiais médicos, produtos de limpeza e medicamentos, entre outros. Conforme Cláudio Oliveira, diretor-presidente do grupo, não houve falta de itens durante o período de bloqueio dos recursos federais.
— Temos uma listagem de cerca de 1,2 mil materiais médicos que tinham previsão de falta, e que estavam sendo monitorados dia a dia. Agora, faremos esses empenhos para garantir que o estoque seja normalizado, para que não se tenha nenhum prejuízo na assistência. Se (o bloqueio dos recursos) continuasse até a próxima semana, começaríamos a ter problemas — pontuou.
Segundo Oliveira, a expectativa é que mais R$ 9 milhões sejam liberados para o grupo na próxima semana. Se isso ocorrer, o desbloqueio atingirá o custo do valor mensal de cerca de R$ 18 milhões, quando somados os gastos das instituições administradas pelo grupo: Hospital Nossa Senhora da Conceição, Hospital Fêmina, Hospital Conceição Infantil, Hospital Cristo Redentor, Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Moacyr Scliar e 12 postos do Serviço de Saúde Comunitária.
Repasse ao Clínicas não é referente ao valor bloqueado
Por meio de nota, o Clínicas informou ter recebido R$ 5 milhões do Ministério da Educação na quinta-feira (8). O valor será utilizado para pagamento de parte dos R$ 7,7 milhões em contas atrasadas pela instituição no momento. Esse montante não integra os recursos bloqueados devido à decisão do Ministério da Economia para cumprir o teto de gastos de 2022.
O crédito orçamentário de R$ 15,7 milhões, necessário para pagamento de insumos e serviços de dezembro, permanece bloqueado conforme a decisão recente do Ministério da Economia. Não há previsão de liberação, conforme o hospital. Além dele, a instituição tem outros R$ 13,6 milhões para receber do governo federal desde maio. Por fim, o Clínicas disse continuar “acompanhando o tema de perto e mantendo contato diário com os ministérios”.
Já no caso dos residentes do hospital, que fizeram uma manifestação na quinta, segue o mesmo cenário: não há informação sobre quando as bolsas serão pagas.