A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) anunciou na tarde desta sexta-feira (9) que iniciou a realização dos depósitos bancários das bolsas que estão em atraso devido ao bloqueio de recursos do Ministério da Educação (MEC). Prazo para compensação dos benefícios aos estudantes vai até terça-feira (13).
Segundo nota da instituição responsável pelas bolsas, coube a Cláudia Queda de Toledo, presidente da Capes, negociar o pagamento urgente das bolsas de pós-graduação e formação de professores da Educação Básica. "A equipe da Fundação trabalhou para que os depósitos bancários fossem realizados o mais rápido possível. Até terça-feira (13), todos os bolsistas receberão seus benefícios", afirma o texto.
Na quinta-feira (8), Victor Godoy, ministro da Educação, anunciou o pagamento das bolsas de cerca de 100 mil bolsistas da Capes. A divulgação foi feita via Twitter.
No mesmo comunicado, o ministro destacou que foi garantida a liberação financeira de R$ 460 milhões para despesas discricionárias da educação, depois de uma articulação entre órgãos do governo federal, Ministério da Economia e Casa Civil. O valor, no entanto, é um terço do R$ 1,36 bilhão do Ministério da Educação que foi bloqueado por edição de um decreto em 30 de novembro.
O anúncio foi feito três dias depois de o próprio ministro informar à equipe de transição, na segunda-feira (5), que o MEC não teria como pagar em dezembro os 14 mil médicos residentes de hospitais federais e outros cerca de 100 mil bolsistas da Capes após congelamento de verbas decretado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) na semana passada.
A falta do pagamento levou universidades a anunciarem flexibilizações nas datas para não prejudicar seus alunos. Estudantes protestaram pelo não recebimento das bolsas.
Na tarde de terça-feira (6) a Capes lançou nota oficial na qual confirmou os cortes e cobrou a "imediata desobstrução dos recursos financeiros essenciais para o desempenho regular de suas funções", citando que "a entidade e seus bolsistas já começam a sofrer severa asfixia". Em sua manifestação, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior enfatizou que a liberação das verbas era necessária para "principalmente para conferir tratamento digno à ciência e a seus pesquisadores".