Um dia depois da equipe de transição do governo eleito anunciar os primeiros resultados do diagnóstico das políticas públicas em Saúde, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez neste sábado (26) uma defesa da vacinação durante ato no Rio Grande do Sul. Nesta sexta-feira (25), com base em dados da pasta da Saúde e do Tribunal de Contas da União (TCU), o grupo falou em desorganização na distribuição e falta de controle dos estoques de vacinas.
Em Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai, Queiroga defendeu as campanhas de vacinação implementadas pelo Ministério da Saúde e o Plano Nacional de Imunizações (PNI), que segundo o ministro, está em pleno funcionamento.
- É uma das principais políticas públicas do Brasil. O programa de imunização distribui mais de 20 vacinas, com acesso universal, integral, igualitário e gratuito. Esta ação nas fronteiras iniciou em maio em todas as cidades-gêmeas de fronteira com o Brasil.
O ministro se referia ao Dia “D” da Campanha de Vacinação nas Fronteiras, no Parque Internacional de Santana do Livramento. A ação visa ampliar as coberturas vacinais e atualizar as cadernetas de vacinação da população que vive nas regiões de fronteira das 33 cidades gêmeas brasileiras.
- Quais são as vacinas oferecidas nesta campanha, pessoal? Dizem que o governo não se comunica bem, quero ver se vocês sabem quais são as vacinas - perguntou aos participantes do evento, logo respondendo que a campanha reforça a vacinação contra a febre amarela, tríplice viral, influenza e covid-19.
A estratégia de intensificação da vacinação nas cidades de fronteira segue até 16 de dezembro deste ano, conforme o cronograma.
Fronteiras abertas
A escolha do local do ato em Santana do Livramento e Rivera, no Uruguai, não é trivial. A população tem livre trânsito na região de fronteira seca e ações binacionais de vacinação já vinham ocorrendo desde a pandemia da covid-19.
A representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Gross, disse que fortalecer a vacinação na região é determinante para barrar doenças que podem ser prevenidas com imunização. Ela destacou que a região é única por ser uma fronteira de livre passagem e convivência entre brasileiros e uruguaios, o que também é um alerta para a manutenção de políticas conjuntas em saúde.
- Há problemas similares na região e as soluções são conjuntas. A vacinação, como sabemos, tem salvado muitas vidas. E se estamos aqui depois desta pandemia (da covid-19) também é porque nos vacinamos. No mundo todo, neste momento, temos risco porque a vacinação para várias doenças está muito baixa e isso significa que estamos em risco de sermos acometidos por doenças que mataram muitas pessoas no passado e trouxeram problemas congênitos, como a síndrome da rubéola congênita - ressaltou a médica.