O Brasil confirmou três mortes em decorrência da varíola dos macacos em um intervalo de menos de uma semana. O caso mais recente foi anunciado nesta quarta-feira (12) pela Secretaria de Saúde de São Paulo, que registra o primeiro óbito. Outros dois foram informados na segunda-feira (10), em Minas Gerais, e na terça-feira (11), no Rio de Janeiro.
Segundo a pasta, o paciente é um homem de 26 anos, morador da capital paulista. Ele estava hospitalizado no Instituto de Infectologia Emílio Ribas há mais de dois meses e tinha "diversas comorbidades". Com esse caso, são seis mortes notificadas no país. Três aconteceram no Rio de Janeiro e duas em Minas Gerais.
Ao todo, São Paulo tem 3.861 casos confirmados da varíola, com redução do registro de novas infecções nas últimas semanas, informou a Secretaria de Estado da Saúde. É o estado com maior número de confirmações da doença. A pasta reforçou ainda que o atual surto não tem a relação com os macacos e que a prevalência na transmissão é por "contato íntimo e sexual" entre pessoas.
O governo paulista não detalhou quais eram as comorbidades do paciente. Conforme a pasta, ele "passava por tratamento com antivirais para uso emergencial em pacientes graves".
Em todos os seis casos, as vítimas são homens com registro de comorbidades.
Conhecida internacionalmente como monkeypox, a varíola dos macacos é uma doença causada por vírus e transmitida pelo contato próximo ou íntimo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. O contato pode se dar por meio de um abraço, beijo, massagens, relações sexuais ou secreções respiratórias. A transmissão também ocorre por contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram utilizadas pelo doente.
Prevenção
A Secretaria de Saúde de São Paulo listou algumas medidas de prevenção contra a monkeypox:
- Evitar contato íntimo ou sexual com pessoas que tenham lesões na pele
- Evitar beijar, abraçar ou fazer sexo com alguém com a doença
- Higienizar as mãos com água e sabão e uso de álcool em gel
- Não compartilhar roupas de cama, toalhas, talheres, copos e objetos pessoais
- Usar máscaras, acessório que protege contra gotículas e saliva, principalmente quando em contato com casos confirmados e contactantes
Vacinas
O Ministério da Saúde recebeu na última semana o primeiro de lote de vacinas contra a varíola dos macacos. A remessa, com 9,8 mil unidades, desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) no dia 4. Ao todo, o Brasil comprou aproximadamente 50 mil imunizantes via fundo rotatório da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Os próximos lotes devem ser entregues até o fim de 2022. Conforme orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), inicialmente, os imunizantes serão utilizados para a realização de estudos. O objetivo é gerar "evidências sobre efetividade, imunogenicidade e segurança" da vacina contra a monkeypox e, desta forma, orientar a decisão dos gestores.
De acordo com boletim divulgado pelo Ministério da Saúde na última sexta-feira (7), o país tem 8.340 casos confirmados de varíola dos macacos. Outros 4.586 estão em acompanhamento.