Uma bebê de 13 meses recebeu o primeiro transplante de intestino do mundo de um doador em assistolia cardíaca em Madri, na Espanha, indicaram as autoridades de saúde locais. A condição indica a doação de órgãos e tecidos provenientes de uma pessoa diagnosticada morta após a confirmação da cessação irreversível das funções cardiorrespiratórias (ausência de batimentos cardíacos e respiração espontânea).
O Hospital La Paz "conquistou o primeiro transplante de intestino do mundo após uma doação em assistolia", um estado de insuficiência cardiovascular, anunciou a autoridade de saúde da região de Madri em comunicado divulgado terça-feira (11).
A pequena Ema "já saiu do hospital e está em perfeita saúde em casa com os pais", Ana e Daniel, especificaram as autoridades da região da capital espanhola. A doação de órgãos em assistolia é realizada em pacientes no final da vida.
Esta técnica permite que, "após a certificação do óbito, os órgãos possam ser preservados com perfusão de sangue oxigenado através do sistema de Oxigenação por Membrana Extracorpórea (ECMO)", explicaram as autoridades.
Mas, até agora, e apesar de 30% dos candidatos morrerem em lista de espera, nunca um intestino de uma doação em assistolia havia sido utilizado, considerando que não seria válido dadas as características especiais deste órgão. Várias equipes deste hospital de Madri precisaram de três anos de pesquisa e testes para demonstrar a viabilidade de tal operação antes de realizá-la.
A Espanha foi a campeã mundial de transplantes em 2021, com 5% das doações de órgãos no mundo, enquanto representa apenas 0,6% da população mundial, segundo o Observatório Mundial de Doações e Transplantes.
* AFP