Cinco médicos obstetras que atuam no Hospital Dr. Victor Lang, em Caçapava do Sul, na Campanha, comunicaram o hospital e a prefeitura do município que iriam parar de trabalhar. O motivo, segundo eles, é a defasagem do valor pago ao regime de sobreaviso dos profissionais. A alegação é que o pagamento estava mais de 50% abaixo do que é praticado no Estado. Porém, uma nova proposta fez com que voltassem atrás da decisão.
A paralisação, que impactaria nos atendimentos de obstetrícia, foi decidida na semana passada, após recusarem uma proposta. As negociações começaram há três meses. No entanto, na quinta-feira (20), uma contraproposta mudou o cenário. A solução foi apresentada pelas prefeituras de Caçapava e Lavras do Sul, município da região que encaminha gestantes para atendimento no Hospital Victor Lang.
Foi realizada uma assembleia extraordinária virtual do Sindicato Médico do RS (Simers), que decidiu pela aprovação, com ressalvas, da proposta das prefeituras. O Simers ainda pede mais esclarecimentos sobre os valores apresentados, uma determinação do prazo de validade da negociação e que seja formalizado o contrato de prestação de serviços com a vigência e pagamento atualizado.
Em um comunicado, o Simers "ressalta que as notificações sobre o Ofício precisarão ser respondidas em prazo específico, bem como o cumprimento do que foi chancelado pela categoria, a fim de que não sejam interrompidos os serviços à comunidade".
Conforme a prefeitura de Caçapava do Sul, foi proposta a criação de um convênio entre o município e o Hospital Dr. Victor Lang para oferecer 200% de aumento em relação aos valores da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) "como forma de incentivo aos profissionais". Esses valores serão repassados ao hospital para serem destinados aos obstetras somando aos valores de sobreaviso já pagos pelo município de Caçapava do Sul acrescido ao que foi tratado com o município de Lavras do Sul.
O hospital explica que os honorários dos profissionais do pronto-atendimento e suporte especializado, onde se enquadram esses obstetras, são pagos pela prefeitura por meio de um convênio com o hospital. A instituição reitera que o serviço não foi descontinuado e que os atendimentos seguem normalmente.
Com esse avanço nas negociações, os atendimentos estão mantidos. Segundo o Simers, cerca de 30 partos são realizados mensalmente no Hospital Dr. Victor Lang, além de consultas de emergência.