Começam nesta quinta-feira (15) os primeiros contatos com as servidoras da Secretaria Estadual da Educação (Seduc) que participarão de um projeto-piloto para prevenção contra o câncer de mama no Rio Grande do Sul. O programa Florescer envolverá o IPE Saúde e o Instituto da Mama do RS (Imama), que firmaram uma parceria para execução do projeto.
O acordo entre as duas entidades prevê o monitoramento de dados de saúde e orientações personalizadas para as usuárias. O público-alvo do projeto-piloto serão as servidoras - em sua maioria professoras - ativas, inativas e dependentes da Seduc, com idades entre 35 a 69 anos.
O contato com as servidoras será realizado por e-mail e Secretaria Municipal da Saúde (SMS) para conversar com a assistente virtual Victória, que, via Whatsapp, fará questões sobre hábitos e características relacionadas à saúde.
O universo completo do programa envolve cerca de 80 mil mulheres e não há previsão de por quanto tempo o projeto seguirá sendo realizado. Conforme o diretor-presidente do IPE Saúde, Bruno Jatene, serão coletadas apenas informações ligadas à saúde das participantes.
— Não solicitaremos nenhuma senha ou informação confidencial. As mensagens que chegarem por e-mail ou SMS serão para direcionar para nossa assistente virtual. Quem tiver alguma dúvida, pode participar diretamente pelo site ou ainda entrar em contato conosco — destacou.
Ainda de acordo com o IPE Saúde, a coleta dos dados das servidoras será fundamental para a elaboração de ações de prevenção contra o câncer mais assertivas. A expectativa é que, a partir dos resultados coletados, seja possível ter conhecimento do diagnóstico situacional deste grupo de usuárias com relação a fatores de risco, hábitos e utilização do sistema, como, por exemplo, rotina de exames, estadiamento do câncer, detecção de casos de câncer de mama inicial, possíveis reclamações e melhorias.
Ao mesmo tempo, as mulheres que participarem do projeto irão receber orientações, dicas de saúde e acesso aos serviços de acolhimento disponibilizados pelo Imama.
— Ofereceremos às participantes um acesso privilegiado a serviços que são importantíssimos no enfrentamento ao câncer como apoio psicológico, na realização de exercícios, no acesso às perucas. Com o programa, será possível trazer para o Imama aquela mulher que precisa de auxílio para ter uma melhor qualidade de vida e esse é um ponto ainda muito carente no sistema de saúde — afirmou a presidente do Instituto da Mama no RS, Maira Caleffi.
No Brasil, o câncer de mama é um dos tipos mais incidentes em mulheres de todas as regiões, com taxas mais elevadas da doença nas regiões Sul e Sudeste. Em 2022, estima-se que ocorrerão 66.280 casos novos.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que o câncer de mama é a primeira causa de morte pela doença em mulheres no Brasil. A incidência e a mortalidade tendem a crescer progressivamente a partir dos 40 anos.
Quando detectado precocemente, o câncer de mama tem cerca de 95% de chance de cura.