A busca por atendimento nas emergências do Sistema Único de Saúde (SUS) continua alta em Porto Alegre. Na manhã desta quinta-feira (22), sete dos 10 locais que prestam atendimento operam acima da capacidade, sendo que em quatro deles a lotação passa de 200%, conforme o painel de monitoramento da prefeitura.
Um dos maiores percentuais, 237,5% da capacidade, é a lotação do complexo hospitalar Santa Casa, que atende 57 pacientes e tem 17 leitos disponíveis. Cinco pessoas esperam ingresso na UTI e outras 47 aguardam a internação. A instituição reforça que a emergência está com restrições, e apenas casos graves são admitidos.
O cenário também é complicado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, que opera com 335,29% de lotação. Um paciente relatou à reportagem de GZH que chegou durante a madrugada para buscar atendimento e teve que desistir, se deslocando até o Hospital Divina Providência, que atende convênio ou particular e está com dois dos 13 leitos preenchidos no momento.
O Hospital de Clínicas afirma que a procura elevada tem se mantido nos últimos dias e ocorre em razão de doenças respiratórias e crônicas agravadas pelo tempo de pandemia. São 56 leitos disponíveis na instituição. A situação atual mostra qu 127 pacientes estão em atendimento, 87 aguardam vagas e mais 50 esperam atendimento.
O Instituto de Cardiologia é o terceiro hospital com maior demanda, operando com 223,81% da capacidade. São 47 pessoas para 21 leitos, e mais 47 esperando vaga.
O Hospital Conceição também opera acima da capacidade, com 135,9%. A alternativa para casos de urgência seriam os hospitais Vila Nova e Restinga, que não estão lotados.
O Hospital São Lucas, da PUC, que tem parte dos atendimentos pelo SUS, informa que está com a emergência movimentada, mas não registra lotação. O local não possui emergência SUS com portas abertas, mas tem, na emergência, pacientes SUS que estão aguardando por um leito, após regulação da Secretaria de Saúde ao hospital.
Nos hospitais privados, como o Mãe de Deus e o Moinhos de Vento, não há restrições. O Hospital Ernesto Dornelles informou que o serviço de emergência está em bandeira vermelha e, em nota, explica que os casos com maior risco são prioritários, o que pode aumentar o tempo de espera para pacientes em situação de menor gravidade.
UPAs
Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), a pior situação é a da Cruzeiro do Sul, que está com lotação de 225%. Na sequência, vem Bom Jesus, com 185,7% e Moacyr Scliar, com 147%.
A unidade da Lomba do Pinheiro não apresenta lotação nesta manhã e é uma opção para quem precisa de atendimento de urgência.
Especialistas ainda orientam que a população busque os postos de saúde, já que, em situações de menor gravidade, muitos casos que chegam às emergências poderiam ser solucionados na rede básica.
Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) atribui a lotação das emergências ao represamento de atendimentos ainda como reflexo da pandemia, além de pacientes de outras cidades que acabam procurando hospitais na Capital. De acordo com nota enviada À reportagem, "mais de 55% dos atendimentos nestes serviços são de pacientes de outras localidades. Além disso 70% são casos leves (verdes e azuis), que seriam atendidos de forma mais adequada nas Unidades de Saúde".
A SMS recomenda que a população procure um dos 16 postos de saúde que prestam atendimento até 22h na Capital, sem necessidade de ficha, antes do agravamento dos casos.
As 16 unidades de saúde de Porto Alegre que funcionam até as 22h
- Clínica da Família Álvaro Difini
- Unidade de Saúde Belém Novo
- Clínica da Família Campo da Tuca
- Unidade de Saúde Diretor Pestana
- Clínica da Família José mauro Ceratti Lopes
- Unidade de Saúde Moab Caldas
- Unidade de Saúde Modelo
- Unidade de Saúde Morro Santana
- Unidade de Saúde Primeiro de Maio
- Unidade de Saúde Ramos
- Unidade de Saúde São Carlos
- Unidade de Saúde Tristeza
- Unidade de Saúde Navegantes
- Unidade de Saúde Santa Marta
- Clínica da Família IAPI
- Unidade de Saúde Chácara da Fumaça
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde