Marcos Espinal, subdiretor interino da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), braço da Organização Mundial de Saúde (OMS) nas Américas, afirmou nesta quarta-feira (27) que a entidade negocia a compra de vacinas contra a varíola dos macacos, sem dar detalhes sobre prazos ou números.
Durante entrevista coletiva virtual, porém, ele explicou hoje que esse imunizante não seria para toda a população, mas sim para ser usado em contextos de pré ou pós-exposição à doença.
Na coletiva, a Opas informou que já houve confirmação de 5.284 casos de varíola dos macacos nas Américas, a maioria deles nos EUA, Canadá e Brasil. A maior parte dos casos é registrada em homens que fizeram sexo com outros homens, mas as autoridades de saúde têm enfatizado a importância de não se estigmatizar a doença e também informado que pode haver contágio em outros contextos, como de contato próximo com alguém infectado, por exemplo, com um abraço ou compartilhando uma toalha.
Segundo o Ministério da Saúde, a negociação internacional de compra de lotes faz parte de uma estratégia de ampliar o acesso ao imunizante onde há casos confirmados. Mesmo assim, a pasta reitera que não deverá ser uma vacinação massiva, apenas "para a contatos com casos suspeitos e profissionais de saúde com alto risco ocupacional ao vírus".
Embora a vacina usada para erradicar outro tipo de varíola no passado possa oferecer algum tipo de proteção, apenas um imunizante em todo o mundo é licenciado contra a varíola dos macacos. O laboratório dinamarquês Bavarian Nordic comercializa o produto com o nome comercial de Imvanex na Europa e Jynneos nos Estados Unidos.