A Universidade Feevale passa a realizar, a partir desta sexta-feira (29), exames para diagnosticar varíola dos macacos. As análises são feitas no Laboratório de Microbiologia Molecular (LMM) e ocorrem por meio de RT-qPCR, feito a partir de material coletado nas lesões da pele , um dos sintomas da doença.
A instituição também começará, a partir dos próximos dias, a fazer o sequenciamento do vírus a partir de amostras coletadas.
Os interessados em realizar exames devem agendar o serviço com a Diretoria de Inovação da Universidade Feevale, pelo e-mail tecnologico@feevale.br ou pelo telefone (51) 98295-0945. A coleta acontece no Campus II (ERS-239, 2755, Novo Hamburgo).
No Rio Grande do Sul, o Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen) também faz os exames que detectam a doença.
Surto
Nesta quinta-feira (28), o Ministério da Saúde passou a considerar a situação no Brasil como um surto da doença. Um dia antes do Brasil registrar a primeira morte por causa da doença, a vítima é um homem de Minas Gerais.
Até agora, são 1.066 casos confirmados no país. No Rio Grande do Sul, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) confirma cinco casos da doença.
Sobre a doença
O virologista Fernando Spilki, pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão da Universidade Feevale explica que o vírus monkeypox pertence à mesma família do vírus causador da varíola humana, hoje extinto, e apresenta algumas manifestações clínicas semelhantes, porém de menor gravidade. Ele, que também é integrante da Câmara Pox do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), que acompanha os acontecimentos científicos da varíola dos macacos, explica que a doença é transmitida para pessoas por animais, como roedores e primatas, mas o contágio também ocorre entre pessoas por meio de contato direto ou indireto, inclusive por gotículas respiratórias.
A doença dura de duas a quatro semanas e o período de transmissão se encerra quando as crostas das lesões causadas desaparecem. Entre os sintomas da doença estão: febre, dor de cabeça, exaustão, dores musculares e inchaço dos linfonodos (gânglios linfáticos).
— Geralmente, de um a três dias após o início da febre aparecem erupções no rosto, genitais, que podem se espalhas para outras partes do corpo, incluindo mãos e pés. Em alguns casos a doença pode ser fatal, especialmente em pacientes imunossuprimidos —afirma Spilki.
Para o virologista, este serviço prestado pela Universidade Feevale pode ser um reforço importante para o enfrentamento da doença na região, assim como o sequenciamento genético será uma estratégia para conhecer o vírus circulante e sua evolução, caso ocorra um número importante de casos.