O Ministério da Saúde considera, desde quinta-feira (28), que o Brasil enfrenta um surto de varíola dos macacos, tendo confirmados até esta sexta-feira (29) 1.066 casos em 15 Estados, sendo três crianças infectadas em São Paulo. No Rio Grande do Sul, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) confirma cinco, o mais recente registrado em Caxias do Sul e divulgado ontem.
O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, disse que estão avançando as discussões junto à OPAS para a aquisição de vacinas contra a enfermidade. O imunizante deverá ser de vírus não replicante. A previsão é que 50 mil doses sejam destinadas ao Brasil, de acordo com a solicitação ao organismo internacional e os primeiros imunizantes devem ser destinados exclusivamente a profissionais de saúde. O desembarque das vacinas está previsto para ocorrer ainda em 2022, com esquema de imunização de duas doses, com intervalo de 30 dias entre a primeira e a segunda.
Em meio ao avanço nos casos, o Ministério da Saúde inicia nesta sexta-feira (29) as atividades de um Centro de Operação em Emergências (COE) para acompanhar a situação epidemiológica da varíola dos macacos e elaborar um plano de vacinação. Na noite desta quinta-feira, a prefeitura paulistana confirmou três casos de monkeypox em crianças. Deverão participar do COE, membros do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e representantes de outras secretarias do Ministério da Saúde, além da própria Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS).
No Twitter, o ministro Marcelo Queiroga, ao falar de testagem para a doença, escreveu nessa quinta que "contamos com quatro laboratórios habilitados para o diagnóstico da Monkeypox, e temos capacidade para ampliar com eventual aumento da demanda. Sem falar que temos ajudado países vizinhos que não dispõem de tecnologia para este fim. Em resumo, o SUS está preparado".
Casos em São Paulo
De acordo com a prefeitura, as três crianças infectadas pelo vírus estão sendo monitoradas e não têm agravamento do quadro de saúde, sendo os primeiros casos registrados em crianças na capital. A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou, no último sábado (23), que a doença é uma emergência de saúde pública, de caráter global.
Causada por um vírus, os sinais e sintomas da doença podem durar entre duas e quatro semanas. A transmissão ocorre principalmente pelo contato pessoal e direto com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas contaminadas ou objetos infectados. A transmissão por meio de gotículas requer contato mais próximo entre o paciente infectado e outras pessoas, por isso, trabalhadores da saúde, membros da família, parceiros e parceiras têm maior risco de contaminação.