Primeira vacina contra covid-19 a ser aplicada no Brasil, a CoronaVac agora deve ser utilizada apenas em crianças e adolescentes. A orientação foi dada nesta segunda-feira (18) pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em coletiva de imprensa para explicar o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin), fato anunciado na noite de domingo.
A Espin foi adotada em março de 2020 e oferece embasamento jurídico para permitir, por exemplo, o uso emergencial de vacinas contra o coronavírus. No total, 172 regras do Ministério da Saúde poderiam ser impactadas com o fim da emergência. Atualmente, a CoronaVac tem apenas registro emergencial na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
— Mais de um ano após, ainda não se conseguiu colecionar evidências científicas para que esse imunizante tivesse o registro definitivo. Com isso eu quero dizer, para o esquema vacinal primário em adultos (em duas doses), esse imunizante - isso é consenso em países que têm agências regulatórias do porte da Anvisa, que são os mais desenvolvidos -, ele não é usado para o esquema vacinal primário. Ele (imunizante) pode ser usado para esquema vacinal primário no Brasil para a faixa etária compreendida entre cinco e 18 anos — declarou Queiroga aos jornalistas.
De acordo com o ministro da Saúde, a pasta já pediu à Anvisa a renovação da autorização emergencial da CoronaVac por mais um ano.
— Claro que essa é uma decisão da agência regulatória. Se a Anvisa autorizar e atender o pleito do Ministério da Saúde, essa vacina pode ser utilizada em crianças e adolescentes — esclareceu.
Queiroga também afirmou que não há evidências científicas para utilização da CoronaVac em adultos nem como dose de reforço.
Até o momento, a CoronaVac só tem autorização da Anvisa para uso em crianças acima de seis anos. A agência avalia pedido do Instituto Butantan para que o imunizante seja usado no público de três a cinco anos. O esquema primário é feito em duas doses, com intervalo de 28 dias entre elas.