Um possível fechamento da maternidade da Santa Casa de Rio Grande causou preocupação nessa semana na cidade do sul do Estado. A instituição alega graves problemas financeiros e dificuldade em manter o setor funcionando.
Após a sinalização da Santa Casa sobre a possibilidade de fechamento do setor, o Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio Grande (HU-Furg) manifestou, em nota, preocupação em razão de que a ação levaria ainda mais pacientes para o HU-Furg, onde a realidade já é de superlotação.
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) também criticou a situação, em comunicado no site, assim como o Sindicato dos Médicos do Rio Grande (Simerg). As entidades condenam a possibilidade do fechamento e afirmam que "médicos estão com honorários atrasados desde janeiro passado e precisam conviver com estrutura precária e sobrecarga de atendimentos".
A prefeitura de Rio Grande, por meio da Secretaria de Saúde, informou que o Executivo se preocupa com a situação e que "acompanha de perto as negociações da instituição com o governo do RS. Uma das soluções paliativas que foi cogitada é a repactuação dos atendimentos. Com isso, metade dos partos realizados na Santa Casa poderiam ser encaminhados para outros municípios da região.
Esta não é a primeira vez que a instituição alega problemas financeiros. Em março deste ano, o setor de radiologia foi interditado após vistoria de Vigilância em Saúde (Cevs). Os problemas detectados pela Cevs tinham a ver com equipamentos que precisavam ser atualizados, mas que o hospital não tinha condições de fazer. Já no ano passado, o hospital psiquiátrico também passou a correr o risco de ter as operações extintas por falta de recursos.