Quase um mês depois da publicação do decreto 21.422, que tornou facultativo o uso de máscaras em locais fechados em Porto Alegre, a população ainda se divide quanto à utilização do equipamento de proteção ao coronavírus, que não é mais obrigatório em espaços internos públicos e privados e locais abertos. Mesmo nos locais nos quais a máscara não é mais uma regra, ainda há pessoas usando o equipamento de proteção.
Como exceção, a legislação ainda exige o uso do item no transporte coletivo de passageiros público e privado e nos estabelecimentos destinados à prestação de serviço de saúde.
No ambiente de trabalho, a lei permite que uma empresa continue cobrando o uso de máscaras dos funcionários como regra interna. Neste caso, o empregador precisa arcar com os custos.
A reportagem de GZH esteve no centro de Porto Alegre nesta segunda-feira (11) e conversou com frequentadores do comércio e do Mercado Público para saber os motivos que os levam a seguir usando a máscara ou deixando de utilizar nos locais onde é opcional.
A opinião é diferente até mesmo entre pessoas que vivem na mesma casa, como acontece com o casal Roberto Ouriques, 69 anos, porteiro, e a esposa, Rosângela Fagundes da Silva, 56, dona de casa. No Centro, os dois caminhavam pela Rua dos Andradas. Ele usava máscara. Ela, não. Rosângela conta que é adepta do equipamento em locais como o ônibus e transporte de aplicativo. Na rua, prefere ficar sem porque se sente sufocada, sensação acentuada pela asma. Já Roberto diz se sentir mais seguro mantendo o hábito dos últimos dois anos:
— Eu sigo usando, porque trabalho muito com o público. Tem muita entrega, então prefiro usar a máscara. Eu só tiro para almoçar e tomar café.
Veja, a seguir, o que dizem as pessoas que optam por continuar usando máscara e também quem já decidiu dispensar o uso do equipamento.
As razões de quem segue usando a máscara
"Como funcionários, estamos mantendo o uso para proteção. Inclusive nessa época da Páscoa, que tem fluxo intenso no Mercado Público. Ainda não acabou a pandemia, então temos que manter a nossa proteção."
Alan Jonas, 36 anos, gerente no Mercado Público
"Uso mais pelo costume e porque cuidamos da nossa mãe com mais idade. Uso no serviço direto e agora por mais que não seja mais obrigatório, acho mais seguro,"
Jane Lima, 51, funcionária pública
"Acho mais seguro."
Suzana Lima, 60, dona de casa
"É muita informação, e eu não sei mais o que está certo ou errado. Minha mãe tem 74 anos, então procuro usar a máscara para me poupar de gripe e qualquer coisa para não passar para ela. Minha mãe fez dois cateterismos. Então, eu me preservo. Estou usando onde tem muitas pessoas, mas moro em um sítio em Eldorado do Sul, daí lá eu não preciso. Imagino que ainda vamos usar máscara por mais uns dois anos. Já me acostumei."
Silvia Montenegro, 51 anos, artesã e tecelã
"O patrão aderiu ao uso até a Páscoa, mas se não precisasse, eu não usaria. Quando saio na rua, não utilizo máscara. No mercado lá perto de casa, também não estamos mais colocando."
Luis Vilmar Santos de Sousa, 46 anos, funcionário de banca no Mercado Público
As razões de quem não usa onde não é preciso
"Ficou a nosso critério aqui no trabalho e nos sentimos melhor tirando, porque sufoca muito. Em locais que orientam a usar, como no transporte coletivo, eu utilizo. Se retornar a obrigação, a gente volta."
Maicon Rocha, 22 anos, funcionário de banca do Mercado Público
"No começo, foi estranho ficar sem a máscara, mas depois já deu um alívio. A vacinação já está bem avançada."
Renata Aline Trentin, 36, administradora, turista de Campo Grande, Mato Grosso do Sul
"Eu estava cansado de usar, só uso no trabalho."
Thiago Alvarenga de Balbio, 29 anos, engenheiro, turista de Campo Grande, Mato Grosso do Sul
"Quando necessário, eu uso, mas entramos no Mercado Público, que é um ambiente mais aberto e não pretendemos demorar."
Zilá Santos Silva, 81 anos, aposentada
"Estou me sentindo mais tranquila e, como tenho mais idade e dá uma certa falta de ar com a máscara, acabei entrando sem ela."
Marli Neves, 73 anos, aposentada