Pesquisadores da Escola de Medicina e Ciências da Saúde da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, realizaram um estudo que mostra que o uso de aspirina nos primeiros dias de hospitalização de pessoas com covid-19 reduz em 13,6% as chances de morte em decorrência da doença. A pesquisa foi publicada na revista científica Jama Network Open.
Para a realização do estudo, foram observados dados de 112.269 adultos hospitalizados com covid-19 entre janeiro de 2020 e setembro de 2021. Também foram consultados 64 sistemas de saúde dos Estados Unidos. Os pacientes tinham em média 63 anos e receberam um tratamento de cinco dias com aspirina.
Ao final do processo, os estudiosos perceberam que aqueles pacientes que receberam o medicamento a partir do primeiro dia de internação apresentaram uma taxa de mortalidade e incidência de casos de embolia pulmonar menores. Entre as pessoas que tomaram aspirina, a taxa de morte em decorrência de complicações ocasionadas pela covid-19 foi de 10,2%. Já no grupo que não aderiu ao tratamento, 11,8% morreram.
A partir do que foi observado, os pesquisadores concluíram que o tratamento foi o responsável por promover uma redução relativa de 13,6% no risco de morte pela covid-19. Além disso, como os pacientes observados tinham mais de 60 anos e alguns apresentavam comorbidades, ficou evidente que o medicamento poderia também beneficiar grupos de risco.
Antes deste estudo recente, os pesquisadores já haviam realizado outras duas pesquisas sobre o tema. Para Jonathan Chow, professor do departamento de Anestesiologia e Medicina Intensiva da Universidade e principal autor da pesquisa, o atual trabalho é fruto de 15 meses de muita dedicação e os resultados recompensaram os esforços anteriores. "Nós continuamos a descobrir que a aspirina é associada a melhores resultados e menores taxas de mortes em pacientes internados. E o melhor, é barata e já disponível, o que é importante em partes do mundo onde tratamentos mais caros talvez não sejam tão acessíveis", explicou Jonathan em comunicado.
Em entrevista para o jornal O Globo, Keith Crandall, diretor do Instituto de Biologia Computacional (CBI) da Universidade George Washington, explicou que a pesquisa abrirá novos caminhos na área ao mostrar para pacientes e médicos que existem tratamentos eficazes para a covid-19 que são acessíveis e baratos. Keith também acredita que o estudo aumentará a esperança dos hospitalizados e reduzirá consideravelmente as taxas de morte ocasionadas por uma doença potencialmente devastadora.