A agência que regula o setor de remédios e alimentos nos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) autorizou, nesta terça-feira (29), uma quarta dose das vacinas anticovid-19 da Pfizer/BioNTech, ou da Moderna, para pessoas com mais de 50 anos, no momento em que as autoridades alertam sobre uma possível nova onda da pandemia.
Em um comunicado, a FDA disse que baseou sua decisão na evidência emergente de que uma dose de reforço adicional, aplicada quatro meses depois da última, melhorou a proteção contra a covid-19 grave e não esteve associada a novos problemas de segurança.
Além disso, as pessoas imunocomprometidas que já receberam quatro injeções, sendo a última há pelo menos quatro meses, agora são elegíveis para uma quinta dose. Este grupo inclui transplantados de órgãos.
A vacina da Pfizer estará disponível para pessoas imunocomprometidas com mais de 12 anos, e a da Moderna, para maiores de 18.
— A evidência atual sugere certa diminuição da proteção com o tempo contra resultados graves da covid-19 em idosos e imunocomprometidos — disse o principal cientista da FDA, Peter Marks, ao explicar a decisão.
A FDA disse que dados de Israel, onde foram estudados os efeitos de uma quarta dose administrada quatro meses após a terceira em 700 mil pessoas, mostraram que uma injeção adicional era segura.
A agência também citou dados de um estudo com 154 profissionais de saúde, cujos níveis de anticorpos, inclusive contra as variantes delta e ômicron, aumentaram duas semanas depois de receberem a quarta dose.
Um estudo publicado por pesquisadores israelenses no New England Journal of Medicine neste mês mostrou que três doses de vacinas de RNA mensageiro da geração atual atingiram o pico em termos de resposta imune gerada. Em outras palavras, enquanto três doses aumentam os níveis de imunidade, a quarta dose restaura os níveis de anticorpos para onde estavam logo após a terceira.
Especialistas observaram que os benefícios para pessoas mais jovens e saudáveis ainda não estão claros e afirmam que é provável que novas vacinas sejam desenvolvidas à medida que o vírus continue sofrendo mutações sazonais.
* AFP