Hora de se preparar para o aumento anual dos medicamentos, que pode pesar bastante no orçamento familiar. Para 2022, o reajuste aprovado pelo governo Jair Bolsonaro para a recomposição de preços dos remédios foi de 10,89%. Em 2021, o aumento foi de até 10,08% — a inflação do ano anterior havia sido de 4,52%. Os novos valores passam a valer a partir de sexta-feira, 1º de abril.
Outros indicadores econômicos, além do IPCA, também são considerados para estabelecer o percentual de reajuste (veja abaixo), que é definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) – órgão interministerial responsável pela regulação do mercado de medicamentos.
Segundo o Sindicato dos Produtos da Indústria Farmacêutica (Sindusfarma), em anúncio na noite desta terça-feira (29), o aumento dos preços deve atingir cerca de 13 mil apresentações de medicamentos disponíveis no mercado varejista brasileiro.
"Mas o reajuste não é automático nem imediato, pois a grande concorrência entre as empresas do setor regula os preços: medicamentos com o mesmo princípio ativo e para a mesma classe terapêutica (doença) são oferecidos no país por vários fabricantes e em milhares de pontos de venda", diz o Sindusfarma em nota.
O presidente executivo do sindicato, Nelson Mussolini, destaca que, "dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais dos estabelecimentos, aumentos de preços podem demorar meses ou nem acontecer".
Para quem depende de remédios de uso contínuo, pode ser vantajoso fazer uma compra maior, para alguns meses, se a renda permitir. É fundamental observar, no momento da compra, a data de validade impressa nas embalagens.
Outro cuidado importante é em relação ao armazenamento desses produtos. Deve-se mantê-los protegidos do calor, da umidade e da luz — o que descarta, em tese, um ambiente comumente utilizado para esse fim, o banheiro. Procure guardar esses itens nas respectivas caixas, junto da bula, e retirá-los da cartela de alumínio somente da hora da ingestão.
Como foi feito o cálculo
A fórmula de cálculo para o reajuste dos medicamentos leva em consideração a inflação medida pelo IPCA, que foi de 10,54%; mais a produtividade do setor (fator X), que foi de zero; o fator de ajuste de preços relativos entre setores (Y), que foi de 0,35%; o fator de ajuste de preços relativos intrassetor (Z), que foi de zero.