O início da aplicação da quarta dose da vacina contra o coronavírus em idosos de 80 anos ou mais ainda pode demorar alguns dias . Os municípios aguardam uma definição por parte da Secretaria Estadual da Saúde (SES). O tema ainda deverá ser submetido à Comissão Intergestores Bipartite (CIB) da SES, que define os aspectos operacionais dos serviços do SUS. A secretaria informou, ainda, que aguarda informações do Ministério da Saúde.
O Ministério da Saúde passou a orientar estados e municípios a reforçar a imunização desse público. A recomendação está em uma nota técnica da pasta, publicada nesta quarta-feira (23). A estimativa é de que 4,6 milhões de pessoas recebam o reforço na imunização contra o coronavírus nessa faixa etária.
Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde informou que ainda não há definição sobre o início da aplicação das doses no Estado. No entanto, o assunto está sendo avaliado pela equipe técnica da SES, assim como a pasta "aguarda mais informações do Ministério da Saúde".
Entre os municípios consultados pela reportagem, responderam as secretarias da Saúde de Porto Alegre, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Pelotas e Caxias do Sul. A expectativa é por uma resolução do CIB. Além disso, prefeituras como Novo Hamburgo e Caxias do Sul, que têm 5 mil e 7,5 mil idosos na faixa etária dos 80 anos ou mais, respectivamente, aguardam a chegada de mais doses da vacina da Pfizer.
Conforme o ministério, a preferência é pela aplicação da vacina da Pfizer para o reforço. Porém, os imunizantes da Janssen e da AstraZeneca também são alternativas.
Ainda que especialistas entendam que seja importante uma campanha para reforçar a imunização de públicos mais vulneráveis, caso de mulheres e homens com mais de 80 anos, alguns pesquisadores entendem que existe um vácuo na aplicação da terceira dose à população, que está disponível para pessoas com 18 anos ou mais.
O presidente da Sociedade Rio-Grandense de Infectologia (SRGI) e chefe do Setor de Infectologia da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Alessandro Pasqualotto, destaca a liberação do uso de máscara e os baixos índices relativos à aplicação de três doses como ainda mais preocupantes.
— É evidente que a quarta dose traz benefício, em especial, aos imunudeprimidos, mas deveríamos estar discutindo o porquê dos baixos índices de aplicação da terceira dose. Considero que o esquema vacinal completo não é com duas injeções, porque a vacina perde eficácia ao longo do tempo. Diria que o esquema vacinal completo se dá com três doses — defende Pasqualotto.