A média de mortes diárias por coronavírus despencou 50% no Rio Grande do Sul nas últimas duas semanas e consolidou uma tendência de queda que se reflete também no número de novas internações hospitalares e pacientes já acamados em leitos clínicos e de terapia intensiva (UTI).
A notificação de novos casos de covid-19 também segue em declínio, mas em ritmo menos intenso do que em semanas anteriores – o que deve servir de alerta para que cuidados mínimos de prevenção sejam mantidos apesar das boas notícias em relação à pandemia.
A média móvel de mortes calculada ao longo de sete dias chegou a 15,7 neste sábado (26), contra um patamar de 31,4 notificações a cada 24 horas há duas semanas. Essa melhora, que deixa a proporção de óbitos em nível semelhante ao de meados de janeiro, quando a variante Ômicron já provocava um agravamento do quadro anterior, é favorecida pelo avanço da vacinação e reflete uma redução de vários outros indicadores que costumam determinar a quantidade de vítimas do coronavírus.
O número de novas hospitalizações, que mede a entrada de pacientes no sistema de saúde, segue uma tendência de recuo desde 23 de fevereiro. Nas últimas duas semanas, manteve esse cenário e baixou mais 48%, passando de 514 novos doentes para 268 até sexta-feira (25), conforme os registros mais recentes disponíveis do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), que também monitora outras síndromes respiratórias como a covid.
O alívio nas recepções hospitalares favorece, em um segundo momento, a diminuição na quantidade de pacientes que se encontram internados (e que também depende do número de altas e óbitos). Por esse indicador, em duas semanas, o Estado apresentou queda de 34% na demanda por UTIs e de 31% nos leitos de enfermaria.
- Estamos observando redução no número de contaminações, internações e, felizmente, uma importante diminuição nas mortes. Estamos caminhando para uma menor circulação do vírus. Isso se deve certamente à vacinação e, por isso, devemos pedir que as pessoas completem seu esquema vacinal. Para vislumbrarmos o final da pandemia, temos de fazer a nossa parte nos vacinando - avalia o epidemiologista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Paulo Petry.
Até as 12h30min do sábado, havia 182 pessoas com diagnóstico confirmado de coronavírus sob tratamento intensivo e 295 em leitos clínicos em todo o Estado. Mas essas boas notícias não devem fazer com que a população deixe de lado completamente as medidas de prevenção – como evitar aglomerações em locais fechados e sem uso de máscara, por exemplo.
A quantidade semanal de novos casos de coronavírus também mantém tendência de queda na comparação com duas semanas antes (padrão de tempo utilizado por critérios epidemiológicos para medir a evolução da doença). Porém, o ritmo dessa queda diminuiu em comparação ao começo do mês, em um período marcado pela flexibilização de medidas como uso de máscara.
A média diária calculada com base em sete dias recuou 27% em comparação a dois sábados antes, mas essa cifra chegou a oscilar entre 50% e 60% no começo de março. Para evitar uma reversão de tendência, é preciso fazer com que a circulação do vírus siga diminuindo.
O boletim diário divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) no começo da tarde de sábado apontou 15 novos óbitos e 3.217 novas contaminações. O total de mortes já observadas desde o começo da pandemia se aproxima de 39 mil. No momento, são 38.985 vítimas do coronavírus no Rio Grande do Sul.