A prefeitura de Porto Alegre confirmou, nesta quarta-feira (9), 26 casos de dengue desde o início do ano. No mesmo período do ano passado, três pessoas contraíram a doença. Com esses números, Porto Alegre registra quase oito vezes mais casos do que no mesmo período de 2021. De acordo com a diretora-adjunta de Vigilância em Saúde de Porto Alegre, Fernanda Fernandes, as chuvas e o calor são um momento propício para a proliferação do mosquito.
— É muito importante que a população se mobilize para eliminar os focos de água parada, que são os criadouros do mosquito — explica.
Os casos confirmados são de moradores dos bairros Lomba do Pinheiro, Aberta dos Morros, São José, Partenon, Bom Jesus, Jardim Carvalho, Vila Nova, Auxiliadora, Menino Deus, Morro Santana e Vila Conceição. A Secretaria Municipal de Saúde visita, nesta semana, as regiões para orientar a população, fazer busca ativa de casos e realizar a remoção mecânica de criadouros de mosquitos.
Igrejinha
A cidade de Igrejinha, no Vale do Paranhana, enfrenta em 2022 o primeiro surto de dengue de sua história. Desde o início do ano, foram 67 casos confirmados da doença. A prefeitura havia enviado 150 coletas para análise no Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen), após aumento da procura pelo sistema de saúde por pessoas alegando sintomas de dengue. O município ainda tem 63 casos suspeitos em análise.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Vinício Wallauer, a prefeitura realizava anualmente o Desapega — uma ação que incentivava as pessoas a desapegar de objetos estragados que poderiam acumular água no pátio de casa. Durante a pandemia, porém, a iniciativa foi interrompida.
— O Desapega tem o objetivo de prevenir o acúmulo de água nas casas e conscientizar as pessoas, porque elas eram incentivadas a colocar objetos estragados no lixo — explica o secretário.
Com o surto histórico, o município retoma a ação neste sábado (12), no bairro Figueiras. De acordo com a prefeitura, os agentes comunitários de saúde pedem que as pessoas coloquem os lixos e objetos estragados na frente de casa, para que a Secretaria de Obras recolha no final de semana.
— O pessoal às vezes tem um sofá velho, pneus, geladeiras antigas paradas no pátio. Pedimos que tudo o que possa gerar acúmulo de água ou criadouro de mosquito seja descartado — destaca.
No RS
Segundo o último informativo epidemiológico divulgado pela Vigilância em Saúde, o Rio Grande do Sul tem 194 casos confirmados de dengue. Até o dia 19 de fevereiro, 81 municípios notificaram casos suspeitos e 14 confirmaram casos de dengue autóctones no estado. O número é superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando foram 179 casos.
Principais sintomas
Os principais sintomas de dengue são dor de cabeça e febre alta. As pessoas sintomáticas também podem sentir dor atrás dos olhos, dor muscular, dor nas articulações, apresentar manchas vermelhas na pele, erupções na pele, náuseas, vômitos, prova do laço positiva ou baixa contagem de leucócitos. Caso a pessoa sinta qualquer desses sintomas, é necessário procurar uma unidade de saúde ou hospital.
Como evitar
O mosquito Aedes aegypti costuma se proliferar em ambientes úmidos, onde há acúmulos de água parada. A principal recomendação das autoridades é tampar caixas d'água, não deixar água acumulada, manter os lixos fechados, utilizar areia nos vasos de plantas, deixar garrafas e outros recipientes de cabeça para baixo, deixar as lonas esticadas e retirar a água dos pneus.