A gigante farmacêutica francesa Sanofi anunciou, nesta quarta-feira (23), resultados positivos em grande escala de sua vacina anticovid-19, desenvolvida em parceria com o laboratório britânico GSK, após um ano de testes e adiamentos. A tecnologia usada é de proteína recombinante, semelhante à da AstraZeneca.
A Sanofi abandonou, no fim do ano passado, as pesquisas referentes a outra vacina, baseada na tecnologia de RNA mensageiro (RNAm), como as das concorrentes Pfizer/BioNTech e Moderna. A decisão foi tomada porque a farmacêutica considerou que o imunizante chegaria muito tarde ao mercado.
Sobre os resultados da vacina de proteína recombinante – muito mais barata que a de RNAm, por exemplo –, de acordo com o jornal New York Times, duas doses apontaram 100% de eficácia contra casos graves e hospitalizações. O imunizante teve ainda uma eficácia de 75% contra casos moderados e 58% de proteção contra doenças sintomáticas em seu ensaio clínico de fase 3. Embora a eficácia seja menor do que a observada nas vacinas de RNAm, está “em linha com a eficácia esperada da vacina no ambiente atual dominado por variantes preocupantes”, disseram a Sanofi e a GSK, em comunicado.
Ao ser usado como dose de reforço, o imunizante aumentou os níveis de anticorpos em 18 a 30 vezes.
As empresas pretendem submeter a vacina para autorização às autoridades reguladoras nos Estados Unidos e na União Europeia, disseram na quarta-feira.
Se a vacina for autorizada, será o fim de uma longa jornada para ambas as empresas farmacêuticas, que esperavam poder comercializar o medicamento em meados de 2021. Os primeiros obstáculos surgiram com a dosagem correta da vacina e, depois, com a dificuldade de se encontrar pessoas ainda não infectadas, para que os testes fossem confiáveis.
Ainda segundo o NYT, o imunizante da Sanofi foi um dos quatro a receber bilhões de dólares para seu desenvolvimento dentro da Operação Warp Speed, programa do governo de Donald Trump para acelerar o desenvolvimento de uma vacina.