Uma mulher de origem birracial pode ter sido a terceira pessoa a ser curada do HIV, vírus causador da Aids, conforme anúncio de cientista nesta terça-feira (15). Um novo método de transplante envolvendo sangue do cordão umbilical foi utilizada para tratar a paciente, abrindo a possibilidade também de curar pessoas de diversas origens raciais.
O sangue do cordão umbilical é mais amplamente disponível do que as células-tronco adultas normalmente utilizadas em transplantes de medula óssea, sem precisar ser 100% compatível com o receptor. Em sua maioria, os doadores registrados são de origem branca, ou seja, a necessidade de apenas uma correspondência parcial tem o potencial de curar dezenas de americanos que têm a doença sexualmente transmissível e também o câncer, por ano.
Ainda conforme o jornal The New York Times, a mulher tinha leucemia e recebeu sangue do cordão umbilical para tratar o câncer. O fluido veio de um doador parcialmente compatível com a paciente, e não de alguém de raça e etnia semelhantes, prática tradicional. Um parente próximo também doou sangue para ela e isso lhe proporcionou defesas imunológicas temporárias enquanto o transplante acontecia.
Detalhes do novo caso foram apresentados pelos pesquisadoras nesta terça-feira, durante a Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas em Denver, nos Estados Unidos. "A origem racial e sexo da paciente marcaram um passo muito significativo para o desenvolvimento de uma cura para o HIV", destacaram os pesquisadores.
O especialista em Aids da Universidade da Califórnia, em São Francisco ressalta a importância do caso — O fato de ela ser birracial e mulher é muito importante cientificamente e em termos de impacto na comunidade.
Acredita-se que a infecção pelo HIV progride de maneira diferente em mulheres. Embora representem mais da metade dos casos de infecção por HIV no mundo, elas são apenas 11% dos participantes em ensaios relacionados a cura.