Fadiga recorrente, fraqueza muscular, falta de ar, dificuldades para dormir e ansiedade são algumas das sequelas da covid-19 que podem persistir por até seis meses após o paciente estar curado. O que pode estar por trás desse quadro, chamado de covid longa, são moléculas inflamatórias que permanecem presas a pequenos coágulos sanguíneos. É o que sugere um estudo feito por pesquisadores da Universidade Stellenbosch, na África do Sul, e da Universidade de Liverpool, na Inglaterra. As informações são do O Globo.
Publicado na revista científica Cardiovascular Diabetology, o estudo analisou amostras de sangue de pessoas estáveis, com diabetes tipo 2, com covid-19 agudo e aquelas com sintomas de covid longa. Na análise, os pesquisadores buscaram moléculas desreguladas que pudessem causar falta de ar prolongada e fadiga crônica, alguns dos sintomas mais relatados no quadro de covid longa.
Em indivíduos com as sequelas prolongadas, foram encontrados pequenos coágulos sanguíneos, chamados microclotes. Analisando esses microclotes, os pesquisadores encontraram moléculas inflamatórias e também observaram a presença, em um número até oito vezes maior do que o encontrado em indivíduos estáveis, de uma proteína que evita a quebra de coágulos, acentuando a coagulação sanguínea.
O fenômeno pode ser a causa dos sintomas que persistem na covid longa, já que os chamados microlotes impedem a entrada das células sanguíneas nos microcapilares, dificultando a entrega de oxigênio aos pulmões.
A partir disso, o estudo sugere que uma das possibilidades de tratamento para o quadro seria o uso de anticoagulantes.