O Rio Grande do Sul contabilizou, nesta terça-feira (18), mais 17.416 casos de covid-19 registrados nas últimas 24 horas. Com os dados mais recentes, a média móvel de casos sobe para 9.664 – maior patamar da série histórica.
Desde sexta-feira (14) o Estado registra a maior quantidade de novos casos de toda a pandemia, superando o pico anterior, que havia sido percebido em março de 2021. À época, a média móvel havia batido o teto de 7.727,9 casos.
Em julho de 2021, conforme mostra o gráfico abaixo, a curva de novos casos chegou a dar um salto pontual, mas o movimento foi antecipado pelas autoridades de saúde e se tratava da inclusão retroativa de dados antigos.
Especialistas ouvidos por GZH nos últimos dias têm indicado que a curva de novos casos ainda tende a se agravar, antes de arrefecer – tomando como base o comportamento da variante Ômicron nos países pelos quais ela passou nos últimos meses.
— A gente viu nos outros países: foi uma onda mais rápida, mas muito forte. Levou, mais ou menos, umas cinco semanas de subida (na curva de casos). Olhando para o que aconteceu nos outros países, ainda tem subida pela frente antes de começar a descer — disse, na última sexta-feira (14), Lucia Pellanda, epidemiologista e reitora da UFCSPA.
Internações triplicam em três semanas, mas seguem abaixo de picos anteriores
A explosão de casos tem levado a um aumento nas internações clínicas por covid-19, no Rio Grande do Sul. Ao longo das últimas duas semanas, esse número mais do que triplicou, subindo 278%. O último dado fechado mostra 587 pessoas internadas com covid-19 em leitos clínicos no Estado.
Apesar da alta expressiva no número de pacientes internados pela doença nos últimos dias, o Estado segue em situação melhor de internações por covid-19 do que nas três ondas anteriores da pandemia. Em 2020, o pico desse indicador foi registrado em dezembro, com 1.393 pessoas com covid-19 em leitos clínicos. Em 2021, o pico ocorreu em março, com 5.435 nessa situação.
As internações graves por conta da doença, em leitos de UTIs, têm crescido de forma menos íngreme. Nas últimas duas semanas, a alta foi de 85,2%. Nesse indicador, o Estado também segue em melhor situação do que no auge de todas as ondas anteriores.
As internações, ainda que estejam subindo, até o momento não crescem na mesma velocidade do número de casos. Especialistas ouvidos por GZH ao longo das últimas semanas destacam que a vacinação é a principal responsável por reduzir as chances de as pessoas desenvolverem formas graves da doença e necessitarem de internação. Há indicativos, também, de que a variante Ômicron possa ser menos agressiva do que as anteriores.