A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou para uso em crianças a vacina contra a covid-19 da Pfizer. O imunizante que será usado no público de cinco a 11 anos terá um terço da fórmula já aplicada no Brasil para quem tem acima de 12 anos. Serão necessárias duas doses, com intervalo de 21 dias entre elas.
O anuncio foi feito na manhã desta quinta-feira (16) pelos diretores técnicos da agência reguladora, que apresentaram a análise do pedido da farmacêutica, feito no dia 12 de novembro. Após estudos, a Anvisa concluiu que a vacina da Pfizer, quando aplicada em duas doses, pode ser eficaz na prevenção de casos graves da covid-19 em crianças.
Chamada de dose pediátrica, o imunizante que será aplicado no público de cinco a 11 anos é diferente e, portanto, não poderá ser utilizado o de adultos de maneira diluída.
A vacina da Pfizer aplicada em adolescentes e adultos possui a dosagem alta, de 30 microgramas. Já a das crianças terá 10 microgramas. Além disso, o frasco possui características e cores diferentes, para que não haja confusão das equipes de saúde. A dos adultos e adolescentes é roxa, e a das crianças é com tampa laranja.
Ainda segundo a Anvisa, a criança que completar 12 anos entre a primeira e a segunda dose, deve manter a dose pediátrica.
Mesmo com a decisão da Anvisa, a vacinação em crianças não começa de imediato. Isso porque o Brasil não possui ainda essa vacina específica para a faixa etária de cinco a 11 anos. De acordo com a Pfizer, o contrato fechado com o Ministério da Saúde para a compra de mais vacinas em 2022 – 100 milhões de doses, podendo ser ampliado para 150 milhões – já engloba a disponibilização ao governo brasileiro dos imunizantes para crianças. Porém, o laboratório não confirmou ainda um cronograma de entrega.
O Ministério da Saúde, responsável pela operacionalização da vacinação, ainda não se manifestou oficialmente. Mas, ainda hoje, a resolução que autoriza a vacinação nessa faixa etária será publicada no Diário Oficial da União.
Para tomar a decisão, a Anvisa analisou a documentação entregue pela Pfizer, com estudos sobre a efetividade e segurança da vacina para esse público, e também consultou sociedades médicas brasileiras, como a de pediatria e de imunizações.
A Anvisa listou uma série de recomendações para o Ministério da Saúde em relação à vacinação das crianças para a covid. Entre elas:
Outras orientações da Anvisa
- A vacinação nas crianças deve ser iniciada somente após o treinamento completo das equipes de saúde que farão a aplicação da vacina. “Uma vez que a grande maioria dos eventos adversos pós-vacinação é decorrente da aplicação do produto errado, em faixas etárias erradas, e da preparação errônea do produto”, destacou a diretora da Anvisa, Meiruze Sousa Freitas.
- A aplicação da vacina no público de cinco a 11 anos deve ser feita em ambiente diferente do que é usado para adultos. As salas também não devem compartilhadas para aplicação de outras vacinas.
- Nas aldeias indígenas, sempre que possível, a vacina das crianças deve ser aplicada em dias diferentes dos previstos para adultos.
- A vacina contra a covid-19 nas crianças não deve ser aplicada junto com outras vacinas pediátricas. A orientação é para que seja respeitado um intervalo de duas semanas entre as aplicações.