A campanha de vacinação contra a covid-19 teve um nova alteração neste início de semana, com o anúncio da redução no intervalo da dose de reforço. A nota técnica da Secretaria Estadual da Saúde está prevista para a tarde desta terça-feira (16) e trará a orientação para os municípios gaúchos reduzirem de seis para cinco meses o intervalo da terceira dose para o grupo de idosos acima de 60 anos, imunossuprimidos e profissionais da saúde.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta terça, o coordenador da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, afirmou que a Capital já está adotando o novo prazo a partir de hoje. Ele alertou ainda que quem recebeu o imunizante da Janssen (de dose única) poderá receber uma injeção de reforço apenas se estiver encaixado nos grupos aptos.
Ritter também destacou que há grande expectativa da equipe de saúde do município para o início da vacinação em crianças acima de cinco anos de idade. O assunto está na pauta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que, na última sexta-feira (12), recebeu da Pfizer o pedido para uso emergencial do seu imunizante nessa faixa etária.
O coordenador da Vigilância em Saúde disse que, assim que o Ministério da Saúde autorizar o uso do imunizante da Pfizer na nova faixa etária, a prefeitura começará a aplicação no dia seguinte.
— Estamos preparadíssimos. Equipes treinadas, logística também. Nós temos doses, só esperamos a decisão do Ministério da Saúde — disse. — Sendo aprovado, no outro dia já estamos vacinando — completou.
Apesar da grande expectativa, o município não poderá usar as doses da Pfizer que tem em estoque. Isso porque a dosagem da vacina para crianças será ajustada, ou seja, será menor do que a aplicada nos maiores de 12 anos. À Anvisa, a farmacêutica afirmou que o imunizante que será usado nos pequenos terá frascos diferentes, diferenciados pela cor, além do ajuste na dosagem.
Falta de comunicação
Ritter reclamou ainda da falta de comunicação do Ministério da Saúde. Segundo ele, até agora, oficialmente ao município, não se sabe como estão as negociações para a compra de vacinas para a campanha de vacinação de 2022.
No mês passado, depois de uma cobrança da CPI, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou alguns detalhes da vacinação para 2022 contra a covid. Mas, até agora, não divulgou o cronograma de entrega de doses.
— Pelo menos criar uma expectativa é importante. Eu acho que não vai faltar vacina. Recurso financeiro será a questão mais importante. O Ministério da Saúde deve priorizar isso (a compra de mais doses da vacina).
Ritter projeta que a vacinação no próximo ano será maior e mais rápida do que em 2021, já que as esquipes de logística estão preparadas para isso. Outro fator que deve mudar deve ser a aplicação da terceira dose em todos os vacinados.