O Ministério da Saúde voltou atrás e agora está recomendando que a população que tomou a vacina covid-19 da Janssen no Brasil receba uma dose de reforço do mesmo imunizante e não três aplicações no total, conforme divulgado na semana passada. A nova orientação está em uma nota técnica, divulgada pela pasta na noite desta quinta-feira (25). De acordo com a recomendação, a aplicação da dose de reforço do imunizante deve ser feita no mínimo dois meses e no máximo seis meses após a dose única.
Em 16 de novembro, o ministro Marcelo Queiroga havia anunciado que os brasileiros que tomaram o imunizante de dose única receberiam uma espécie de “segunda dose” da mesma vacina para, após cinco meses, receber uma terceira aplicação, que aí sim seria chamada de reforço e poderia ser com uma vacina de qualquer laboratório (preferencialmente, Pfizer).
Na nota técnica desta quinta (25), a pasta também afirma que apenas mulheres que tomaram Janssen e hoje estão grávidas ou em período puerpério devem tomar o reforço com a vacina da Pfizer.
Divergências entre Anvisa e Ministério da Saúde
A notícia da aplicação de doses de reforço para toda a população maior de 18 anos pegou de surpresa a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que não participou das discussões junto ao governo federal. A agência reguladora é a responsável por fazer a análise dos pedidos de dose de reforço, feitos pelos laboratórios, e alterar a informação na bula dos imunizantes.
Dias depois do anúncio de Queiroga, a Anvisa se posicionou a favor do reforço da imunização dos brasileiros, emitindo orientações sobre a aplicação da dose de reforço no Brasil. A agência recomendou que, no caso da Janssen, fosse aplicada uma apenas uma dose de reforço da mesma vacina.
A outra orientação feita pelo Ministério da Saúde na semana passada, de que todas as pessoas acima dos 18 anos receberão uma dose de reforço cinco meses após a segunda aplicação, está mantida para quem recebeu Pfizer, AstraZeneca ou Coronavac.