A Secretaria Estadual da Saúde (SES) informou que iniciará do zero o esquema vacinal nos casos em que houver confirmação de que o adolescente recebeu doses que não sejam da Pfizer/BioNTech. O motivo é que o imunizante contra a covid-19 da fabricante é o único autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a ser aplicado em pessoas dessa faixa etária.
A pasta trabalha para identificar se houve aplicação indevida de doses ou se houve algum erro na hora do registro da vacinação no sistema. Em nota, a pasta informou que “nos casos em que for identificada a aplicação de imunizante errado, esta vacinação não será validada e será iniciado o esquema vacinal, assim que inicie novamente a vacinação desse grupo”. Não há, porém, data definida para que essa avaliação seja concluída. A reportagem questionou a secretaria sobre quantos adolescentes receberam a vacina errada no Estado. Porém, até a publicação desta reportagem, não obteve resposta.
Por enquanto, a vacinação de adolescentes sem comorbidade com 17 anos segue nos municípios gaúchos. O governo do Estado, junto ao Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems/RS), definiu que a aplicação ocorrerá pelo menos até o final da remessa de doses da Pfizer distribuída na quarta-feira (15), para esse fim. Nos próximos lotes, será feita uma nova avaliação. Em Porto Alegre, estão sendo imunizadas pessoas com 15 anos ou mais.
Entenda
Em coletiva de imprensa na quinta-feira, o Ministério da Saúde apresentou uma planilha na qual consta que, dos 59.736 adolescentes que receberam alguma vacina contra a covid-19 no Rio Grande do Sul, 1.778 receberam aplicação de imunizantes que não o da Pfizer. O número, contudo, contrasta com a afirmação do ministro Marcelo Queiroga de que "1.500 eventos adversos" teriam ocorrido em todo o Brasil e motivado a orientação para suspender a vacinação de adolescentes saudáveis. GZH procurou o Ministério da Saúde para entender as divergências entre os números, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.