O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quinta-feira (16), que partiu do presidente Jair Bolsonaro a orientação para rever a vacinação de adolescentes no país. Mais cedo, a pasta orientou a interrupção da aplicação de doses em pessoas de 12 a 17 anos sem comorbidades, apesar de a Anvisa autorizar o imunizante da Pfizer para a faixa etária.
— O que o ministério da Saúde fez? Na nota técnica 40 da Secovid, retirou os adolescentes sem comorbidades. O senhor tem conversado comigo sobre esse tema e nós fizemos uma revisão detalhada no banco de dados do DataSUS — afirmou Queiroga ao lado do presidente, na transmissão semanal ao vivo nas redes sociais feita pelo chefe do Executivo.
— A minha conversa com o Queiroga não é uma imposição. Eu levo para ele o meu sentimento, o que eu leio, o que eu vejo, o que chega ao meu conhecimento — acrescentou Bolsonaro.
O presidente destacou que a Anvisa recomenda a vacinação de adolescentes com Pfizer, mas que isso não seria uma obrigação. Ainda afirmou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) é contrária à vacinação de adolescentes — na verdade, a entidade apenas recomenda a priorização dos grupos mais vulneráveis.
Durante a live, Queiroga renovou críticas mais cedo feitas a governadores e prefeitos, que estariam descumprindo o Plano Nacional de Imunização (PNI) ao antecipar a vacinação de adolescentes — e, segundo o ministro, utilizando, inclusive, marcas de vacinas não autorizadas pela Anvisa para a faixa etária.
— Surpresa mais de 3,5 milhões adolescentes vacinados desde agosto — disse o ministro.
— Alguns governadores e prefeitos estão obrigando a vacinar a molecada. Se tiver efeitos colaterais graves, eu quero saber quem vai se responsabilizar — acrescentou Bolsonaro.
A Anvisa, contudo, emitiu nota na noite desta quinta-feira ratificando a liberação de uso da Pfizer em adolescentes e reforçou a existência de dados de segurança e eficácia.