A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou, no final da tarde desta quinta-feira (16), que investiga o caso da morte de uma adolescente de 16 anos após aplicação da vacina da Pfizer contra a covid-19, no Estado de São Paulo. Em comunicado, a agência esclareceu que foi informada em 15 de setembro sobre uma reação adversa grave ocorrida com um adolescente em 2 de setembro, após o uso do imunizante.
"No momento, não há uma relação causal definida entre este caso e a administração da vacina. Os dados recebidos ainda são preliminares e necessitam de aprofundamento para confirmar ou descartar a relação causal com a vacina", diz o comunicado.
O órgão afirma, ainda, que se comunica com outras autoridades públicas para tratar sobre o assunto e adotará todas as ações necessárias para a rápida conclusão da investigação. "Entretanto, com os dados disponíveis até o momento, não existem evidências que subsidiem ou demandem alterações nas condições aprovadas para a vacina." Anvisa, Pfizer e os responsáveis pela investigação do caso em São Paulo farão uma reunião para tratar sobre o assunto.
"Até o momento, os achados apontam para a manutenção da relação benefício versus o risco para todas as vacinas, ou seja, os benefícios da vacinação excedem significativamente os seus potenciais riscos", completa o documento da Anvisa.
A agência aprovou a utilização da vacina da Pfizer para crianças e adolescentes entre 12 e 15 anos em 12 de junho de 2021. Para essa aprovação, foram apresentados estudos de fase 3, dados que demonstraram sua eficácia e segurança.
Entenda
Na noite de quarta-feira (15), o Ministério da Saúde emitiu uma nota informativa aos Estados e municípios, revisando a orientação sobre a vacinação contra a covid-19 para adolescentes sem comorbidades. A nota informa que a pasta não recomenda mais a aplicação da vacina no público de 12 a 17 anos. O ministério mantém, no entanto, a orientação para que a vacinação siga em adolescentes de 12 a 17 anos que apresentem deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade.
Na tarde desta quinta, em coletiva de imprensa, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, detalhou a decisão. Segundo ele, a mudança foi revista por cautela, em função de 1,5 mil eventos adversos. Entre eles, 93% referem-se à aplicação de vacinas que não foram aprovadas pela Anvisa para esse público. No total, cerca de 3,5 milhões de adolescentes foram imunizados no país, incluindo os que possuem comorbidades ou não.