A pedido do presidente Jair Bolsonaro, o Ministério da Saúde passou a não recomendar a aplicação da vacina contra a covid-19 no grupo de adolescentes sem doenças crônicas entre 12 e 17 anos de idade. Apesar da nova orientação, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), segue com a recomendação para vacinar o grupo e garante que há segurança na aplicação.
— A recomendação é que o benefício da vacina da Pfizer é maior do que o risco — afirmou Helaine Capucho, gerente de Farmacovigilância da Anvisa, em entrevista para o Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, na manhã desta sexta-feira (17).
– Não há evidência que deva suspender o uso no grupo de adolescentes – afirmou, destacando que todos os medicamentos que circulam no país passam por uma rígida vistoria do órgão, e no caso das vacinas não é diferente.
No Brasil, a vacina da Pfizer é o único imunizante utilizado no país na faixa dos adolescentes. Helaine afirmou também que a "Anvisa faz suas avaliações com dados de outros países, e realiza reuniões frequentes com agência regulatórias do mundo todo".
Ainda segundo a entrevistada, a agência recebeu 32 reivindicações de efeitos colaterais em adolescentes: todos casos leves. Sobre casos raros de miocardite citados pela pasta da Saúde para retirar o grupo da faixa de vacinados, a Anvisa ainda investiga se há confirmação.
— Qualquer medicamento, incluindo as vacinas, pode ter um comportamento adverso — concluiu.
Vacina para crianças
Sobre o uso do imunizante em pessoas de 12 anos ou menos, Helaine disse que a Anvisa aguarda informações das farmacêuticas. Segundo ela, mais dados não necessários para que este grupo seja contemplado na campanha de vacinação nacional.