O Ministério da Saúde lançou, nesta sexta-feira (17), um plano nacional de testagem em massa para o coronavírus. Tardia, a iniciativa veio após um ano e meio da pandemia da começar a refletir no Brasil, com o fechamento de serviços e do comércio, em março de 2020.
O plano de testagem era uma promessa do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, desde março deste ano, quando assumiu o cargo. Nos bastidores, ele enfrentou resistência de membros da pasta para colocar o programa em prática. Outro problema foi a demora no processo de compra dos testes que serão distribuídos aos Estados e Distrito Federal.
O lançamento do plano ocorreu em seis cidades brasileiras: Natal (RN), Macapá (AP), Porto Velho (RO), Belo Horizonte (MG), Foz do Iguaçu (PR) e Campo Grande (MS). Na capital potiguar, Queiroga prometeu a distribuição de 60 milhões de testes até o fim do ano. De acordo com o MS, o Rio Grande do Sul receberá, ainda em setembro, 133.200 testes.
— Os Laboratórios Centrais (LACENS) foram aprimorados para o RT-PCR. Mas, hoje, nós temos os testes rápidos de antígeno que em 15 minutos fornecem o resultado. Os positivos são isolados e os negativos podem voltar para suas atividades normais. Assim, conciliaremos o binômio saúde e economia — disse o ministro.
No evento, Queiroga ignorou a polêmica envolvendo a vacinação contra a covid-19 de adolescentes sem comorbidades, que gerou confusão nesta quinta-feira (16) após uma mudança na orientação de não vacinar a faixa etária de 12 a 17 anos, restringindo a imunização desse público apenas para grupos prioritários.
Como vai funcionar
A ideia é que pontos de testagem sejam instalados em áreas de grande circulação de pessoas, como rodoviárias e aeroportos, na tentativa de diagnosticar casos sintomáticos e assintomáticos. O teste a ser utilizado é o de antígeno, que também usa o cotonete no nariz para coleta, assim como o RT-PCR, mas o resultado é mais rápido, em até 20 minutos.
– Assim, podemos aprimorar também a vigilância genômica. Para casos positivos, será feito o RT-PCR e após o sequenciamento genético, identificando de maneira mais rápida as variantes que circulam pelo país – citou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros.