Após seis meses de acompanhamento, pesquisadores divulgaram resultados de um estudo sobre a CoronaVac que está em andamento em Manaus. Conforme dados divulgados nesta semana, entre as 5 mil pessoas com comorbidades vacinadas com o imunizante do Instituto Butantan na capital do Amazonas, apenas 0,1% precisaram ser hospitalizadas devido à covid-19.
A pesquisa, chamada CovacManaus, conta com voluntários de 18 a 49 anos que trabalham na educação e na segurança pública – todos com doenças crônicas.
O estudo aplicou cerca de 10 mil doses doadas pelo Instituto Butantan. Ao todo, 5.087 pessoas receberam a primeira dose, e 5.071, a segunda. Entre os participantes da pesquisa, 72% tinham obesidade, 54% sofriam de diabetes, 36%, de hipertensão arterial e 27% eram imunossuprimidos.
Dados divulgados pela Agência Fiocruz de Notícias mostram que, entre os participantes, 2,6% tiveram infecções sintomáticas por covid-19 depois da imunização. Em 0,1%, o caso evoluiu para hospitalização e, em 0,04%, houve necessidade de leito de terapia intensiva (UTI). No universo de cerca de 5 mil vacinados, 0,02% morreram de covid-19.
– Mesmo com uma queda na transmissão da covid-19 em Manaus é importante lembrar que a população vacinada no estudo é de pessoas que apresentam comorbidades. Portanto, esperávamos uma quantidade maior de infectados e hospitalizados entre esses mais de 5 mil participantes – destaca o coordenador do estudo, Marcus Lacerda, pesquisador do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia).
A pesquisa indica que 91% dos vacinados apresentaram anticorpos detectáveis após a primeira dose, e 99,8%, após a segunda.
Lacerda afirma ainda que o monitoramento é continua e que os participantes devem comparecer para fazer a coleta de exames em data agendada, o que permitirá, entre outras pontos, avaliar a necessidade de dose de reforço.